Motociclista que atropelou idosa diz ter cochilado e fugiu com medo de ser preso
Suspeito nega omissão de socorro, mas trafegava sem CNH e com documentação em atraso. Ele já foi preso por dirigir embriagado.

O motociclista Heverson de Souza Santa Cruz, 36, disse ter cochilado ao atropelar Marina Correa, 65, na calçada da avenida Júlio de Castilho no sábado (9). Ao Campo Grande News, ele admitiu nesta terça-feira (12) que fugiu do local com medo de ser preso, mas negou que tenha havido omissão de socorro. A família da idosa registrou o boletim de ocorrência contra o frentista na tarde de segunda-feira (11), dois dias após o acidente.
O frentista trafegava sem CNH, com documentação da moto atrasada e já foi preso por dirigir embriagado e agredir um policial em 2017, mas negou que estivesse alcoolizado no dia do acidente na Júlio de Castilho. Ele também nega omissão de socorro. “Dei uma cochilada, mas não deixei de prestar socorro. O Samu estava lá e fez os primeiros socorros, puxaram a câmera da farmácia e eu estava lá. Perdi minha habilitação há dois anos e os documentos da moto estão atrasados. O B.O da moto é grande. Não paga. Daí duas pessoas chegaram e falaram que por isso era melhor eu ir embora”, disse Heverson que pagou um outro motociclista para levá-lo do local.
“Minha maior preocupação foi ser preso porque eu pensava na minha família. Eu estava sem chão. Eu machuquei o braço. Está inchado até agora. Eu não procurei a família antes porque eu não sabia onde ela morava. Mas já falei com os parentes dela”, acrescentou. Heverson diz que pretende encontrar o advogado nesta terça-feira (12) para prestar depoimento na delegacia.
O filho de Marina, Vander Correa, 36, confirmou que o Heverson falou com a família por telefone após a repercussão do caso nesta segunda-feira (11). “Ele falou que se precisar de alguma coisa ele está a disposição, mas o fato é que ele fugiu do local sem prestar socorro e só se preocupou em sair do flagrante”.

Segundo a família, a expectativa é que a idosa, que está internada desde o dia do acidente na Santa Casa, receba alta médica no final da tarde de hoje. Ela fez uma cirurgia para fechar o corte na perna ontem após dois dias de espera. Os primeiros exames não apontaram nenhuma fratura, mas o filho diz que a mãe ainda reclama de dor no corpo.
“Minha mãe não estava nem falando direito, mas agora já está melhorando. Ela está conversando, consciente. Falei com ela por telefone, mas não toquei no assunto. Ela não viu nada. Só sentiu a pancada. No dia do acidente não conseguia nem conversar direito. Mas reclamava de dor na cabeça”, disse Vander.
O boletim de ocorrência foi registrado como lesão corporal culposa na direção de veículo automotor na 7ª delegacia de Polícia Civil em Campo Grande.
Veja abaixo o vídeo do acidente:
PRISÃO - Heverson de Souza Santa Cruz chegou a ser preso em 2017 após se envolver em outro acidente de trânsito. Em março daquele ano, o frentista que dirigia um Santana bateu no carro de um policial civil, na Avenida Presidente Ernesto Geisel, na região do Aero Rancho.
Após o acidente, Heverson tentou fugir do local do acidente, mas outros motoristas que flagraram a batida o seguiram até a Rua Ezequiel Ferreira Lima, onde foi contido. Testemunhas relataram que o homem estava bastante agitado e nervoso. Ele chegou a agredir o policial com socos e tapas quando este pediu que mostrasse seus documentos e só obedeceu quando o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar chegou.
O teste de bafômetro realizada pela PM apontou que o frentista estava bêbado. Heverson foi Indiciado por dirigir alcoolizado, desacato, desobediência e fuga do local de acidente.