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Capital

Motoristas metódicos provocam congestionamentos na Capital

Fabiano Arruda | 25/11/2011 20:39

Segundo especialista, condutores “teimam” em trafegar pelas mesmas vias em horários de picos, geralmente, repletas de engarrafamento

Cena comum em Campo Grande em horários de pico poderia ser evitada se motoristas analisassem rotas alternativas, aponta especialista. (Foto: João Garrigó)
Cena comum em Campo Grande em horários de pico poderia ser evitada se motoristas analisassem rotas alternativas, aponta especialista. (Foto: João Garrigó)

O surgimento de pontos de congestionamento, sobretudo em horários de pico em Campo Grande, é provocado por motoristas considerados metódicos. Eles são definidos como aqueles que trafegam pelos mesmos trajetos todos os dias e escolhem as vias mais movimentadas sempre ao invés de estudar caminhos alternativos.

Segundo o especialista em trânsito, Herivelto Moisés, este é um dos motivos para a aparição de pontos de estrangulamento na Capital. A maioria deles são velhos conhecidos: avenida Mato Grosso com a Via Parque, trechos da Afonso Pena, principalmente, entre as duas 14 de Julho, 13 de Maio e Rui Barbosa; avenida Ceará próxima à Escola Estadual Hércules Maymone; Rui Barbosa entre 26 de Agosto e a Afonso Pena e Joaquim Murtinho.

A orientação do especialista é tentar, ao máximo, evitar estes pontos. Como alternativas, ele indica as avenidas Ernesto Geisel, a Via Morena, em alguns casos, Padre João Crippa e Calógeras.

Outro fator, conforme ele, é o aumento da frota. Do ano passado para cá são 32,2 mil novos veículos no trânsito campo-grandense, apontam dados do Detran (Departamento Estadual de Trânsito).

Ainda sobre a cultura de dirigir, para Herivelto, falta ao motorista planejar rotas alternativas no dia a dia antes mesmo de sair do ponto de origem.

“O condutor tem a certeza de que o caminho mais curto gera economia de combustível. Nem sempre é assim. Num caminho de congestionamento, por exemplo, por ficar parado, gasta-se até mais combustível, além de demandar maior tempo”, explica.

Ônibus fica "atravessado" na Rui Barbosa, pouco antes de semáforo da 15 de Novembro abrir.
Ônibus fica "atravessado" na Rui Barbosa, pouco antes de semáforo da 15 de Novembro abrir.

“Num trajeto aparentemente maior, em que não há engarrafamento, o tempo de locomoção pode ser menor e o consumo de combustível também”, opina, destacando que as rotas alternativas devem ser um hábito para os motoristas em Campo Grande.

Herivelto considera ainda as avenidas Mato Grosso e Afonso Pena como problemas quase crônicos por representarem os principais acessos ao Parque dos Poderes.

“A engenharia de trânsito em Campo Grande começou a funcionar de forma efetiva há três anos. Caso ocorresse há 15 anos, a realidade hoje seria diferente”, pontua.

Numa situação hipotética, questionado sobre qual seria a alternativa para um motorista chegar ao aeroporto a partir do Shopping Campo Grande, o especialista pensa bastante, mas cita uma saída para exemplificar que sempre há uma alternativa.

“Eu trafegaria pela Afonso Pena até a altura da Rua Bahia para converter a Rua da Paz, em seguida, Rua Dom Aquino até chegar à região do Exército e acessar a Duque de Caxias. O percurso talvez fosse maior, mas o tráfego menor”, diz.

A reportagem do Campo Grande News se deslocou até o cruzamento das ruas Rui Barbosa e 15 de Novembro nesta sexta-feira por volta das 18 horas, junto com Herivelto.

“Na Rui Barbosa o problema é que são duas faixas para trânsito de veículos e uma para ônibus”, explica, sinalizando que a estrutura não comporta o fluxo de veículos em horários de pico.

Para a condutora Iraide Oliveira, 56 anos, não é só a região considerada problemática no trânsito. "A cidade inteira está complicada".

Já Cícero Saad, 33 anos, atribui às obras da Afonso Pena o momento "truncado" das vias. "O trânsito não flui", criticou.

Especialista em trânsito considera que engenharia de trânsito na Capital "demorou" para evoluir.
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Motorista reclama de obras na Afonso Pena.
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