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Capital

MPF será palco de comemoração e protesto aos 55 anos do golpe militar

Neste domingo (31), grupo pretende comemorar e na segunda-feira (1), protesto pede que período que suspendeu regime democrático nunca mais ocorra

Izabela Sanchez | 31/03/2019 12:00
Sede do Ministério Público Federal, na Avenida Afonso Pena, onde os atos irão ocorrer (Foto: Paulo Francis)
Sede do Ministério Público Federal, na Avenida Afonso Pena, onde os atos irão ocorrer (Foto: Paulo Francis)

Neste domingo (31) a ditadura militar (1964-1985) faz 55 anos, ao menos no dia estabelecido pelos militares. O presidente à época, João Goulart, só foi deposto no dia 1 de abril, mas como a data simboliza o dia da mentira, é rejeitado pelo setor militar. A divisão é, também, simbólica, e separa grupos que escolheram, em Campo Grande, a sede do MPF (Ministério Público Federal), na Avenida Afonso Pena, para manifestarem os sentimentos quanto à data.

Neste domingo, às 17h, um grupo prepara um ato de homenagem e comemoração à data que chamam de “Brasil livre de comunistas em 1964”. Ao divulgarem o ato, utilizam o slogan de governo de Jair Bolsonaro (PSL): “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.

Já na segunda-feira, também às 17h, um protesto intitulado “Ditadura Nunca Mais” foi organizado para ocorrer em frente ao MPF, contrário ao regime de exceção. O evento no facebook tem 336 pessoas confirmadas e 637 interessados.

55 anos – O golpe militar que depôs “Jango” e suspendeu as atividades do Congresso passa, hoje, por uma revisão por parte de setores da sociedade, fortemente representados pelo presidente. Bolsonaro sempre foi declaradamente favorável ao período e crítico ao que chama de “ideologia de esquerda” que segundo ele, é o que faz com que o período seja visto “com maus olhos”.

Este ano, à frente do poder, orientou o Ministério da Defesa a permitir celebrações em quarteis em todo o país. Na sexta-feira (29), decisão da juíza federal Ivani Silva da Luz suspendeu as comemorações, mas após pedido da AGU (Advocacia-geral da União), a desembargadora Maria do Carmo Cardoso cassou a liminar.

Em Campo Grande a celebração ocorreu no CMO (Comando Militar do Oeste) na manhã de sexta-feira, com a leitura de um texto padrão escrito pelo próprio ministro da defesa, o general da reserva Fernando Azevedo e Silva. Como ponto principal, exaltou que a intervenção militar que depôs o presidente eleito João Goulart cumpriu um “anseio da nação brasileira”.

A comemoração do golpe militar havia saído do calendário de comemorações oficiais em 2012, por ordem da então presidente da República Dilma Rousseff, mas, segundo informações do governo, continuava a ocorrer informalmente. Foi durante o governo Dilma que foi instalada a Comissão da Verdade, depois de muita pressão internacional, para investigar os crimes cometidos durante o período.

Foi instalada pelo governo em 2012 “para apurar violações de direitos humanos entre 1946 e 1988”, e contabilizou 434 mortos e desaparecidos no período da ditadura militar e apontou 377 agentes de Estado como responsáveis pelos crimes. Além disso, 8 mil indígenas, segundo o relatório Figueiredo – que integra a comissão – teriam sido mortos.

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