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Capital

Mulher pede "dipirona" em ligação à PM e é resgatada de violência doméstica

No pedido, a esposa ainda conseguiu dimensionar a gravidade por código, pedindo "30 gramas" do medicamento

Por Clara Farias | 05/08/2025 18:42

Mulher pediu socorro disfarçadamente, solicitando “dipirona” em uma ligação para a PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande. O vídeo da chamada, divulgado nas redes sociais da corporação nesta terça-feira (5), integra a campanha Agosto Lilás, de combate à violência doméstica. Conforme a publicação, a ocorrência foi atendida, e, dias depois, a mesma mulher ligou novamente para agradecer à equipe.

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Em Campo Grande, uma mulher utilizou o código "dipirona" em ligação à Polícia Militar para pedir socorro disfarçadamente, denunciando violência doméstica. A PM divulgou o vídeo da chamada como parte da campanha Agosto Lilás. O policial, percebendo o pedido velado, conduziu o atendimento com perguntas discretas sobre a situação, confirmando a agressão e a presença do marido. A vítima respondeu às perguntas com "sim" ou "não", simulando uma ligação para farmácia. O policial questionou a "intensidade da agressividade" do marido, e a mulher respondeu "30", numa escala fictícia de miligramas. Dias depois, ela ligou novamente para agradecer o rápido atendimento da equipe policial. A PMMS confirmou que o caso ocorreu no início do ano.

Na gravação, a vítima pede um remédio para dor. O atendente do Copom (Centro de Operações da Polícia Militar) avisa que aquela é a central da PM. “Alguma coisa aí no local?”, pergunta o policial. A mulher insiste: “Sim, uma dipirona”.

Ao perceber que se tratava de um pedido de socorro velado, o policial pergunta se o homem com quem ela convive está agressivo, e a mulher confirma. A chamada continua com o atendente questionando se ele é o esposo da vítima, o que ela também confirma.

A conversa segue com respostas simples - “sim” ou “não” - como se fosse uma ligação para farmácia. O policial pergunta se o agressor tem arma de fogo, e a vítima diz que não.

Para entender a gravidade da situação, o policial continua a metáfora: “10 miligramas, 20 miligramas ou 30 miligramas? Qual a intensidade da agressividade dele?” A mulher responde: “30”.

Uma equipe foi até o endereço e conseguiu retirar a mulher da casa. Sem detalhar como isso ocorreu, a PM só relata que, dias depois, ela voltou a ligar para a central e agradeceu o atendimento. “Eu liguei para agradecer. No dia em que liguei, vocês me atenderam muito rápido. É só agradecer mesmo, porque tudo isso aconteceu no sábado”, contou.

De acordo com a assessoria da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS), o pedido de socorro foi registrado no início deste ano. O nome ou qualquer outra informação sobre a vítima foram preservados para não expor a mulher novamente.

Só neste ano, Mato Grosso do Sul registrou 21 feminicídios. A última vítima foi Salvadora Pereira, assassinada com um tiro no rosto, disparado pelo companheiro, dentro da casa onde moravam. Cinco crianças, todas com menos de dez anos, presenciaram o crime. O filho mais velho do autor, de apenas 8 anos, foi quem acionou o Corpo de Bombeiros para socorrer a madrasta. O homem está preso

As campanhas contra a violência que mata mulheres usam dois códigos internacionais para que elas peçam socorro caso estejam em perigo. Um é o da mão fechada e o outro envolve o uso do batom vermelho.

Mulher pede "dipirona" em ligação à PM e é resgatada de violência doméstica
Quando estiver correndo perigo, faça esse movimento com as mãos e mostra a quem está por perto


Mulher pede "dipirona" em ligação à PM e é resgatada de violência doméstica
X desenhado com batom vermelho na mão é outro código por socorro

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