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Capital

Mulher que explorava irmã poderá responder por cárcere privado, diz polícia

Mulher era mantida presa na casa, obrigada a fazer todos os serviços domésticos, além de ser constantemente humilhada

Kerolyn Araújo e Clayton Neves | 29/06/2020 09:37
Mulher que explorava irmã poderá responder por cárcere privado, diz polícia
Delegada Fernanda Félix, titular da Deam (Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher). (Foto: Kísie Ainoã)


Moradora de Campo Grande que durante um ano explorou a irmã, deficiente auditiva, de 39 anos, também poderá responder pelos crimes de cárcere privado e apropriação indébita. A vítima foi resgatada no dia 25 deste mês, após pedir ajuda por meio do WhatsApp, fazendo um ''x'' na mão, símbolo da campanha ''Sinal Vermelho''.

Conforme a delegada Fernanda Félix, titular da Deam (Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher), o caso foi registrado como injúria e agressão física, mas também estão sendo investigados outros dois crimes: cárcere privado e apropriação indébita.

Segunda a delegada, a vítima recebia aposentadoria no valor de um salário mínimo, mas alegou que não tinha acesso ao dinheiro, ficando toda a quantia em posse da irmã. No dia do resgate, a polícia não encontrou indícios de cárcere, mas o crime também será investigado. À polícia, a mulher relatou que era mantida presa na casa, obrigada a fazer todos os serviços domésticos, além de ser constantemente humilhada.

A suspeita dos crimes será intimida nesta segunda-feira (29) e deverá prestar depoimento nos próximos dias. A vítima já retornou para Anastácio, cidade natal.


Mulher que explorava irmã poderá responder por cárcere privado, diz polícia
Após ver a campanha "Sinal Vermelho", a vítima resolveu pedir ajuda (Foto: Marcos Maluf)


O caso - A vítima, que residia em Anastácio, cidade distante a 135 quilômetros de Campo Grande, veio para a Capital para ajudar a cuidar do pai que estava doente. Na casa da irmã, ela passou um ano sofrendo abusos morais e financeiros, além de ser impedida de sair de casa. Ela ainda teve o dinheiro de benefícios que recebe do governo, em virtude da deficiência, tomado pela irmã. Sem qualquer tipo de renda própria, não conseguiu retornar à cidade.

Ela fez o ''x'' vermelho na mão, simbolo da campanha ''Sinal Vermelho'', tirou uma foto escondida e mandou para a filha em Anastácio. A adolescente, de 16 anos, levou a imagem até a Polícia Militar da cidade, que imediatamente acionou a equipe da Promuse (Programa Mulher Segura) em Campo Grande. Os policiais foram até a casa para verificar a situação e encontraram a vítima em visível situação de vulnerabilidade.

''Sinal Vermelho'' é uma campanha para denunciar violência doméstica em farmácias. Para especialistas, a quarentena tem impacto direto na violência doméstica e com o aumento de casos neste período, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) idealizou a ação para oferecer mais um local para as mulheres pedirem socorro.

Em Campo Grande, farmácias e unidades de saúde estão habilitadas na campanha. São 443 em Campo Grande e 1561 em todo o Estado. Para pedir ajuda é só mostrar a mão em sinal de pare com um X vermelho desenhado na mão. Ao verem o sinal vermelho, os farmacêuticos discretamente vão pedir para que a mulher realize cadastro como se fosse para comprar medicamentos.

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