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Capital

Na despedida de Ildonei, perplexidade por crime é o sentimento de todos

A ex-diretora da Fetems foi encontrado morta na noite de sábado (1º) na casa em que morava no Jardim Leblon

Geisy Garnes e Bruna Kaspary | 03/09/2018 09:20
Coroas de flores foram enviadas de várias cidades de MS (Foto: Henrique Kawaminami)
Coroas de flores foram enviadas de várias cidades de MS (Foto: Henrique Kawaminami)

Entre os amigos e a família de Maria Ildonei Lima, de 70 anos, o sentimento ainda é de perplexidade. Na manhã desta segunda-feira, o choque pela brutalidade do crime e o carinho pela idosa, estavam estampados no rosto de todos que foram prestar a última homenagem a ex-diretora da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul).

No cemitério Jardim das Palmeiras, várias coroas de flores enchiam a capela. As homenagens vinham de todo o Estado, principalmente dos sindicatos ligados a educação que Ildonei tanto ajudou ao longo dos anos.

“Ela era uma pessoa muito querida, porque no trabalho dela, de mais de 20 anos na Fetems, conseguiu muita coisa para os professora, ajudava muito a categoria. Ela sabia exatamente com quem e como articular. Sempre que o pessoal do interior precisava de algo, ela ajuda e se necessário até ia para lá”, lembrou o filho da ex-diretora, Cristiano de Lima Pedra.

Cristiano contou que a mãe foi encontrada já morta pelo irmão mais novo, com quem ela conversava todos os dias. Foi exatamente por não conseguir falar com a mãe no sábado, que ele resolveu ir a casa dela. No local, encontrou o portão aberto, a porta da entrada trancada, e o corpo da professora no chão da cozinha.

A notícia veio como um choque. “Sabe o que é não sentir nada, fazer tudo, responder tudo, tudo no automático, sem saber o que está acontecendo e sem acreditar, só no dia seguinte a ficha caiu”, lembrou Cristiano. “Ninguém acredita. Muitas pessoas foram parar lá na casa dela para confirmar e acreditar no que estava acontecendo, recebiam a notícia e ligavam para duas, três pessoas para ter certeza”.

"Ela chegava no local e iluminava todo mundo", descreve o filho de Ildonei
"Ela chegava no local e iluminava todo mundo", descreve o filho de Ildonei

Para a família, o que de fato aconteceu com Ildonei é um mistério. Ainda tentando entender o crime, Cristiano lembra que há 4 meses bandidos tentaram arrombar a casa da professora e que para aumentar a segurança concertinas foram instaladas, mas dessa vez foi diferente, nada de valor foi levado, até os celulares, que inicialmente estavam “desaparecidos”, foram encontrados horas depois, quebrados, embaixo do sofá.

Cristiano lembra ainda que a mãe dividia tudo que vivia com a família e jamais relatou ameaças ou a desconfiança de que alguém rondava sua casa.

“Época de eleição é geralmente de muito trabalho no sindicato, ela trabalhava bastante, porque a Fetems tem candidato, mas por estar no começa da campanha ainda é um período de calmaria. Não é uma coisa coisa para se descartar, ainda não sei se a investigações está indo por aí, vou na delegacia hoje para tentar saber de algo”, apontou o filho de Ildonei.

“A imagem que todos têm dela é de muita vida, ela chegava no local e iluminava todo mundo”, detalhou de Cristiano. Ildonei será enterrada como desejava, junto com o marido, que desde 1997 está no Cemitério do Cruzeiro. “Precisamos exumar o corpo dele, porque estava enterrado no chão, mas por causa do tempo não conseguiram fazer a gaveta, vamos ter que esperar cinco anos para poder fazer agora, e colocar os dois juntos”, contou o filho.

Perícia na casa da vítima na tarde deste domingo (Foto: Marina Pacheco)
Perícia na casa da vítima na tarde deste domingo (Foto: Marina Pacheco)

Crime - Segundo a polícia, Ildonei foi morta com um crucifixo. No corpo, a mulher tinha duas perfurações, uma no pescoço e outra no tórax. Foi justamente a espessura de cada ferimento que apontou a arma usado no crime.

De acordo com o delegado Danilo Mansur, plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Piratininga, o crucifixo tem de 20 a 25 centímetros e estava com a ponta quebrada. Ildonei foi encontrada morta no chão da cozinha, de bruços e com o a arma do crime nas costas. “Depois do crime, o autor trancou a casa e fugiu”, detalhou. Conforme a perícia, o assassinato ocorreu de 12 a 24 horas antes do corpo ser encontrado.

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