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Capital

Na fila do SUS, motorista espera consulta para marcar cirurgia

Mariana Lopes | 24/10/2012 17:28
(Foto: Rodrigo Pazinato)
(Foto: Rodrigo Pazinato)

As primeiras dores no peito vieram no dia 21 de agosto e, de lá para cá, o motorista de ônibus interestadual Demurilo Lemes da Costa, de 56 anos, fez uma bateria de exames que apontaram que ele estava com duas veias entupidas.

Ele começou o tratamento com um médico particular, que disse que seria necessário fazer o cateterismo cardíaco, exame para identificar onde está o entupimento. O problema é que o procedimento ficaria em R$ 2,5 mil, e o valor pesou no bolso de Demurilo e ele foi procurar atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

No dia 25 de setembro, o motorista procurou um clínico geral e agora precisa ser consultado com um cardiologista, para então ser encaminhado para a cirurgia.

“Faz um mês que estou esperando uma vaga para ser atendido. No posto falaram que iam me ligar para agendar a consulta, já voltei lá para saber, mas a única resposta que tive foi de que ainda não tem data”, explica Demurilo.

Enquanto espera, Demurilo tenta controlar o problema de saúde com remédios. Diariamente ele toma Sustrate e AS. Quando sente muita dor, precisa apelar para o Isordil.

“Sinto dor o tempo todo e o médico que me atendia disse que eu posso ter um infarto a qualquer hora. Não posso ficar nervoso, mas vivo em um estresse constante por causa dessa espera”, desabafa o motorista.

(Foto: Rodrigo Pazinato)
(Foto: Rodrigo Pazinato)

Além da angústia de não ser encaminhado logo a um cardiologista, outra preocupação de Demurilo é com o trabalho, no qual ele está com dispensa médica desde o dia 21 de agosto, quando começou a sentir as dores e foi diagnosticado.

“Dei entrada na previdência no dia 6 de setembro e fico com medo de isso me prejudicar no trabalho, de acabar perdendo o emprego se demorar muito”, diz Demurilo.

No conjunto Ramez Tebet ele mora sozinho com a esposa, que é quem cuida dele, dos horários que precisa tomar os remédios e zela para que o marido tenha o mínimo de preocupações possíveis. Apesar da situação e da espera, Demurilo reclama pouco e tem a fisionomia bem tranquila.

“Nós até já procuramos o Hospital Regional para ver se agilizava a cirurgia, mas não podemos fazer nada sem o encaminhamento do cardiologista do SUS”, conta o motorista.

Segundo a assessoria de imprensa da Sesau (Secretaria de Saúde do Estado), o pedido de encaminhamento a um médico especialista é feito após análise de prioridade do Sisreg (Sistema de Regulação).

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