Nem toque de recolher dá jeito: número de acidentes sobe e 7 morreram em julho
Mortes também cresceram consideravelmente, apesar das medidas que tentam segurar as pessoas em casa e evitar UTIs lotadas
Em plena pandemia, quando a recomendação é para que as pessoas fiquem em casa, a lógica seria reduzir números que lotam os hospitais como, por exemplo, de acidentes de trânsito. Mas a realidade é bem diferente. Conforme balanço do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, julho ainda nem acabou e o número de acidentes na Capital que deveria cair com o toque de recolher aumentou. Já é 6% maior que no mesmo período do ano passado.
De acordo com a Bptran, só nos primeiros 22 dias do mês, 436 acidentes foram registrados. Ano passado, no mês inteiro, foram 409 ocorrências.
Do total de acidentes em julho deste ano, 203 tiveram vítimas. Sete pessoas não resistiram e morreram após as colisões. O número também é muito superior ao registrado em 2019, quando apenas uma pessoa veio a óbito em ocorrências de trânsito.
Uma das vítimas mais recentes foi um adolesceste, de 16 anos. O rapaz não resistiu aos ferimentos provocados por colisão entre caminhonete e motocicleta, na noite do dia 15 de julho. O acidente aconteceu no bairro Nova Lima, na Rua Zulmira Borba. A moto era conduzida por outro adolescente, de 17 anos.
No dia 12, jovem, de 21 anos, morreu após o carro em que estava bater contra o muro de uma residência, na Rua 11 de Outubro, Bairro Cabreúva, e capotar. Bárbara Wsttany Amorim Moreira estava no veículo conduzido pelo namorado, de 24 anos, preso sob suspeita de embriaguez. O jovem Ricardo França Júnior teve a prisão revogada pela Justiça nesta quinta-feira (23).
Nesta sexta-feira (24), homem, de 34 anos, que não teve o nome divulgado, perdeu o controle do carro que dirigia, atravessou a pista e só parou depois de bater numa árvore. O acidente aconteceu no viaduto da Avenida Duque de Caxias.
Reflete na Saúde - A estatística do Batalhão de Trânsito também preocupa a Secretaria Estadual de Saúde, que há pelo menos quatro meses atua de frente no enfrentamento ao novo coronavírus. Com mais acidentes acontecendo, as chances dos leitos de UTIs (Unidade de Terapia Intensiva) superlotarem aumentam.
A estatística do Batalhão de Trânsito também preocupa a Secretaria Estadual de Saúde, que há pelo menos quatro meses atua de frente no enfrentamento ao novo coronavírus. Com mais acidentes acontecendo, as chances dos leitos de UTIs (Unidade de Terapia Intensiva) superlotarem aumentam.
Até a última quarta-feira (22), data levada em consideração para coleta de números de acidentes de trânsito, 94% dos leitos de UTIs da Capital estavam ocupados, 50% deles por pacientes não covid-19, segundo a SES. Conforme o secretário da pasta, Geraldo Resende, boa parte dos internados trata-se de vítimas de acidentes.
“São os chamados politraumas. Isso significa que muitos, apesar dos decretos dos prefeitos e prefeitas, estão levando a vida normal, não estão cumprindo o toque de recolher e estão frequentando bares e botecos, muitas vezes levando aos acidentes automobilísticos, que acabam ocupando os leitos que deveriam ser ocupados por pacientes com covid ou com suspeita de covid”, citou Resende durante live do Governo, na ocasião.
Covid – Desde o início da pandemia, 20.303 pessoas testaram positivo para o novo coronavírus, em Mato Grosso do Sul. Atualmente, conforme último boletim epidemiológico divulgado pela SES, 408 pessoas estão internadas em hospitais do estado, sendo cinco moradores de outros estados e uma pessoa da Bolívia . Entre os internados, 190 pacientes estão em UTI. Ainda conforme o balanço, 13.536 pessoas são consideradas curadas da covid-19.
