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Capital

“Ninguém aguenta mais”, dizem motoqueiros ao retomarem encontro durante pandemia

Grupo aproveitou inauguração de loja de peças para promover reunião

Gabriel Neris e Maressa Mendonça | 07/06/2020 13:17
“Ninguém aguenta mais”, dizem motoqueiros ao retomarem encontro durante pandemia
Sem máscaras, participantes conversam tranquilamente em frente de loja (Foto: Paulo Francis)

Inauguração de uma loja de peças neste domingo (7) na Rua Joaquim Murtinho, em Campo Grande, marcou o reencontro de motoqueiros ainda em meio à pandemia da covid-19, mesmo contra a orientação de evitar aglomerações.

Pelo menos 50 pessoas, todas sem máscara, estavam no local confraternizando. Eles contam que tinham o hábito de viajar no fim de semana para municípios do interior do Estado, mas com a pandemia decidiram parar, até que se reencontraram hoje.

Todos, que preferiram não se identificar, são unânimes e dizem “não aguentar mais” o isolamento.

O dono de um estabelecimento comercial em Campo Grande conta que passou longo período sem trabalhar. “Fiquei dois meses com a minha loja fechada, agora que decidir reabrir. Quase entrei em depressão”, afirma.

Uma mulher, de 41 anos, comenta que no início da pandemia passou 21 dias em Amambai, a 360 km da Capital, com a filha e a neta. Mas chegou a conclusão de que ficar por lá não adiantaria. “As pessoas se cumprimentam, os idosos não acreditam mesmo [na pandemia]. Ninguém aguenta mais”, argumenta.

O marido dela, também de 41 anos, afirma que acredita nas estatísticas, mas avalia que “tem muito alarde” e ficou menos preocupado quando percebeu que muitas se recuperaram da doença.

Boletim deste domingo divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) aponta para 2.253 pessoas infectadas pelo coronavírus em Mato Grosso do Sul. Destes, 1.163 estão sem sintomas. O Estado registrou até o momento 21 óbitos.

Em Campo Grande, são 388 infectados oficialmente até agora, mas a Capital é recordista em mortes no Estado, com 8 óbitos, o último registrado na quinta-feira passada. Uma mulher de 51 anos morreu sem nenhum comorbidade que justificasse o agravamento do quadro.

“Ninguém aguenta mais”, dizem motoqueiros ao retomarem encontro durante pandemia


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