No dia que faria 1 ano, Sophie é lembrada como vítima mais jovem de feminicídio
Família diz que festa estava pronta, cobra justiça e suspeita que o pai não cometeu o crime sozinho
RESUMO
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Sophie Eugênia Borges Medeiros, que completaria um ano nesta segunda-feira (14), foi assassinada aos 10 meses pelo próprio pai, João Augusto Borges de Almeida. A menina e sua mãe, Vanessa Eugênia Medeiros, foram vítimas de duplo feminicídio em 26 de maio deste ano. Segundo as investigações, João esganou mãe e filha, incinerou os corpos em uma área de matagal e confessou o crime sem demonstrar arrependimento. O Ministério Público denunciou o acusado por duplo feminicídio qualificado e ocultação de cadáveres, pedindo que ele seja levado a júri popular.
Em vídeo publicado nas redes sociais, as palminhas eram apenas um ensaio. Nesta segunda-feira (14), Sophie Eugênia Borges Medeiros completaria o primeiro ano de vida, mas foi assassinada e incinerada aos 10 meses pelo próprio pai, João Augusto Borges de Almeida. É a mais jove vítima de feminicídio no Brasil. Em entrevista ao Campo Grande News, a madrinha da criança, Wesla Kênya, contou que a festa já estava planejada: “Não só a comemoração, mas já tinha uma vida toda sonhada”.
Wesla era irmã de Vanessa Eugênia Medeiros, 23, vítima de duplo feminicídio junto da filha, na noite de 26 de maio deste ano. Ela relata que toda a família vive um momento de profunda dor e, especialmente hoje, sofre com a saudade da pequena.
"A gente já estava ensinando ela a bater palminha. Já estávamos pensando no vestidinho, nos docinhos, na decoração toda. Íamos todos para Campo Grande comemorar o aniversário da nossa princesa. Ter tudo arrancado assim… é difícil demais", desabafa a jovem.
Ela também explica que havia feito um combinado com a irmã antes da tragédia: "Se algo acontecesse com a Vanessa, eu que ficaria responsável pela Sophie. É como perder uma filha também. As duas foram muito amadas".
Luta por justiça – Wesla reforça que a família não vai desistir da busca por justiça. Segundo ela, após as mortes, ao visitar a casa onde as vítimas moravam com o autor, perceberam que objetos de valor estavam faltando. Para a madrinha, isso é indício de que João pode não ter agido sozinho.
"A gente está em busca de justiça, pelas duas, pra realmente entender o que aconteceu. Com várias coisas faltando, ele (o autor) pode ter trocado tudo por ajuda no crime. Acreditamos que era muito difícil ele fazer tudo sozinho e tão rápido", afirma.
O caso – Acusado de matar a companheira e a filha bebê, João foi denunciado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul por duplo feminicídio qualificado e ocultação de cadáveres.
Segundo as investigações, ele esganou Vanessa e a filha Sophie, de apenas 10 meses, dentro do quarto do casal, durante o intervalo do trabalho. Depois, voltou normalmente ao expediente. No fim do dia, comprou gasolina, colocou os corpos no carro e os levou até uma área de matagal no Indubrasil, onde ateou fogo.
Em depoimento, João confessou o crime e afirmou que "dormiu melhor depois de se livrar do problema", demonstrando total ausência de arrependimento. A motivação, segundo a polícia, seria evitar o fim do relacionamento e o pagamento de pensão.
Para o MP, os assassinatos foram cometidos por motivo torpe, com extrema crueldade e uso de meios que impediram a defesa das vítimas. O órgão também pediu que o réu vá a júri popular e indenize a família pelas perdas.
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