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Capital

No Parque dos Poderes, corredores se arriscam dividindo asfalto com os carros

Usuários atribuem ‘invasão’ à má iluminação, falta de espaço e ao desnivelamento da calçada

Clayton Neves | 10/10/2020 07:42
Caminhonete desvia de dois corredores que seguem na direção contária da pista, fora da calçada às margens da via. (Foto: Paulo Francis)
Caminhonete desvia de dois corredores que seguem na direção contária da pista, fora da calçada às margens da via. (Foto: Paulo Francis)

Sem lugar específico para a prática de esporte, corredores que utilizam o Parque dos Poderes, em Campo Grande, se arriscam na disputa de espaço com motoristas que também circulam pelo local. Por causa da falta de iluminação, que se repete em diversos pontos do parque, a rotina acaba se transformando  em ameaça iminente de acidentes e atropelamentos.

O Campo Grande News percorreu a região na tarde desta quinta-feira (8) e flagrou diversos pedestres fazendo trajeto fora da calçada em várias ruas que cortam o parque, inclusive, correndo em direção contrária a que vinham os automóveis. Questionados, os usuários atribuem a ‘invasão’ à má iluminação, falta de espaço e ao desnivelamento da calçada.

Enquanto um usuário do parque segue na calçada, trio de amigos segue na faixa destinada a veículos. (Foto: Paulo Francis)
Enquanto um usuário do parque segue na calçada, trio de amigos segue na faixa destinada a veículos. (Foto: Paulo Francis)

“Quando corro, corro na rua porque além de a iluminação ser ruim, a calçada não é apropriada. Se fosse, não teria esse problema”, comenta a advogada Rafaela Alves, de 31 anos. Ela conta que usa o espaço pelo menos duas vezes na semana e acredita que a criação de outras áreas para a prática de esportes na cidade ajudaria a deixar o ambiente menos disputado.

Para a advogada Rafaela Alves, a criação de outros espaços para a prática de esportes ajudaria a 'desafogar' o Parque dos Poderes. (Foto: Paulo Francis)
Para a advogada Rafaela Alves, a criação de outros espaços para a prática de esportes ajudaria a 'desafogar' o Parque dos Poderes. (Foto: Paulo Francis)

Segundo a farmacêutica Roberta Pereira, de 28 anos, a divisão na prática de exercícios no Parque dos Poderes parece clara. “Quem corre vai para a rua e quem caminha fica mais na calçada porque vai mais tranquilo”, pontua.

Para ela, a falta de iluminação também é o grande problema depois que o sol se põe. “Tem umas partes bem escuras que se o motorista não prestar atenção não dá para ver o pedestre na pista e nem bicicleta que não tem luz”, afirma.

Além da baixa luminosidade, o desligamento de lombadas eletrônicas é outro motivo que aumenta a insegurança na área. Há um ano os equipamentos pararam de funcionar e com isso, motoristas e motociclistas passaram a circular em velocidade bem maior que os 30 quilômetros por hora, indicados para a região.

Calçada rachada e desnivelada é uma das principais reclamações de quem usa o parque para correr. (Foto: Paulo Francis)
Calçada rachada e desnivelada é uma das principais reclamações de quem usa o parque para correr. (Foto: Paulo Francis)

Desde a chegada da pandemia da covid-19, usuários afirmam que o fluxo de pessoas nas ruas do Parque dos Poderes diminuiu consideravelmente. Com o retorno da maioria das atividades, muitos prevêem a volta da antiga realidade, com calçadas e asfalto disputados por grande número de pessoas, especialmente em horários de pico, entre às 17 e 20 horas.

Quem já se adaptou a usar o parque vivencia diariamente os problemas de tráfego e na medida do possível, parece já ter se acostumado à realidade. Este é o caso do analista de sistema Daniel Souza, de 32 anos, que há três, pedala e também passa de carro pela região.

Mesmo em meio a carros e ciclistas, homens correm na contramão e se arriscam dividindo espaço na rua com veículos. (Foto: Paulo Francis)
Mesmo em meio a carros e ciclistas, homens correm na contramão e se arriscam dividindo espaço na rua com veículos. (Foto: Paulo Francis)

“Tem gente que é desatento e não tem noção no trânsito. Acha que o outro é obrigado a também cuidar da vida dele”, relata. Para ele, o desrespeito parece ter se enraizado na rotina de muitos de quem precisa compartilhar os ambientes. “Cada um deveria ter consciência, mas acredito que já é algo cultural. Pode falar, fazer propaganda que o problema vai continuar”, finaliza.

Nova iluminação - Em agosto, o Governo do Estado anunciou parceria com a Energisa para substituição da iluminação no Parque. O investimento será de quase R$ 1 milhão e a expectativa é de que em novembro as lâmpadas de vapor comecem a ser substituídas por luminárias de LED.

Na região do Parque estão instalados os prédios da Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça, Palácio das Comunicações, Tribunal Regional Eleitoral, Tribunal de Contas, Quartel da Polícia Militar entre outros órgãos públicos.

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