No Santo Antônio, água encobre carros e moradores ficam ilhados
Após cerca de uma hora de chuva forte, o caos tomou conta da região do bairro Santo Antônio, em Campo Grande. A tempestade cessou, mas moradores estão ilhados em casas e nas escolas, esperando a água, que chega a encobrir metade dos carros estacionados nas ruas, baixar.
Cinco ruas do bairro, entre elas a Taquari e dos Andradas – que sofrem com os alagamentos sempre que chove – estão intransitáveis. Moradores já organizam a tradicional “força-tarefa” dos dias de chuva, e estão com baldes e rodos tentando impedir que a enxurrada invada as casas. Por lá, cada um tem uma estratégia para lidar com a chuva.
Moradora da rua São Lourenço, Paula Evelin Salentim, 24 anos, saiu às pressas do trabalho. "Sempre que chove, o pessoal do trabalho sabe que vou precisar sair correndo", conta. Hoje, no entanto, a mureta de 50 cm de altura construída em volta da casa impediu que água entrasse. "Ficou feio, mas pelo menos fico mais tranquila", acrescenta.
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Ela comprou uma mangueira de água de alta pressão e, quando a água cai, ela o marido ligam o jato contra a enxurrada, para que a água vá na direção contrária.
Em frente à escola Manoel Inácio de Souza, a altura da água encobre os pneus de uma caminhonete estacionada, para se ter um ideia do nível do alagamento. Alunos e pedestres estão abrigados no local, esperando a água baixar.
O vigilante Antonio Rivarola, 63 anos, saiu do bairro Silva Regina para fazer compras no Atacadão e, quando voltava, pela rua da Promissão, a água invadiu o Chevette que ele dirigia. "A água chegou ao banco. Molhou as compras, molhou tudo. Se não fossem dois rapazes me ajudarem, não sei o que aconteceria", conta.
Antônio foi socorrido por Gabriel Vieira, 16 anos, e o amigo dele, que estão habituados a enfrentar os transtornos no bairro quando chove. "Choveu, acontece isso", resume ele, que é morador da rua São Lourenço.
O aposentado Valdomiro Alonzo Lopes, 65 anos, acompanhava, angustiado, com um guarda chuva em frente de casa, a luta dos vizinhos que tiveram as casas tomadas pela água, em meio a incerteza sobre ter, mais uma vez, a casa destruída.
"Já invadiu minha casa uma dez vezes. Nas outras, consegui me recuperar com doações. Ganhei colchão novo, mantimentos. Mas não sei se será assim de novo", lamenta.
O Corpo de Bombeiros está no bairro, onde começa a atender as ocorrências nas ruas e dará início ao trabalho de desalagamento das casas.





