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Capital

No Santo Antônio, água encobre carros e moradores ficam ilhados

Zana Zaidan e Lidiane Kober | 22/04/2014 14:34
A água invadiu o Chevette de Antonio (Foto: Cleber Gellio)
A água invadiu o Chevette de Antonio (Foto: Cleber Gellio)

Após cerca de uma hora de chuva forte, o caos tomou conta da região do bairro Santo Antônio, em Campo Grande. A tempestade cessou, mas moradores estão ilhados em casas e nas escolas, esperando a água, que chega a encobrir metade dos carros estacionados nas ruas, baixar.

Cinco ruas do bairro, entre elas a Taquari e dos Andradas – que sofrem com os alagamentos sempre que chove – estão intransitáveis. Moradores já organizam a tradicional “força-tarefa” dos dias de chuva, e estão com baldes e rodos tentando impedir que a enxurrada invada as casas. Por lá, cada um tem uma estratégia para lidar com a chuva.

Moradora da rua São Lourenço, Paula Evelin Salentim, 24 anos, saiu às pressas do trabalho. "Sempre que chove, o pessoal do trabalho sabe que vou precisar sair correndo", conta. Hoje, no entanto, a mureta de 50 cm de altura construída em volta da casa impediu que água entrasse. "Ficou feio, mas pelo menos fico mais tranquila", acrescenta. 

Valdomiro esperava do lado de fora, com medo que a casa inundasse (Foto: Lidiane Kober)
Valdomiro esperava do lado de fora, com medo que a casa inundasse (Foto: Lidiane Kober)

Ela comprou uma mangueira de água de alta pressão e, quando a água cai, ela o marido ligam o jato contra a enxurrada, para que a água vá na direção contrária.

Em frente à escola Manoel Inácio de Souza, a altura da água encobre os pneus de uma caminhonete estacionada, para se ter um ideia do nível do alagamento. Alunos e pedestres estão abrigados no local, esperando a água baixar.

O vigilante Antonio Rivarola, 63 anos, saiu do bairro Silva Regina para fazer compras no Atacadão e, quando voltava, pela rua da Promissão, a água invadiu o Chevette que ele dirigia. "A água chegou ao banco. Molhou as compras, molhou tudo. Se não fossem dois rapazes me ajudarem, não sei o que aconteceria", conta.

Antônio foi socorrido por Gabriel Vieira, 16 anos, e o amigo dele, que estão habituados a enfrentar os transtornos no bairro quando chove. "Choveu, acontece isso", resume ele, que é morador da rua São Lourenço.

O aposentado Valdomiro Alonzo Lopes, 65 anos, acompanhava, angustiado, com um guarda chuva em frente de casa, a luta dos vizinhos que tiveram as casas tomadas pela água, em meio a incerteza sobre ter, mais uma vez, a casa destruída.

"Já invadiu minha casa uma dez vezes. Nas outras, consegui me recuperar com doações. Ganhei colchão novo, mantimentos. Mas não sei se será assim de novo", lamenta.

O Corpo de Bombeiros está no bairro, onde começa a atender as ocorrências nas ruas e dará início ao trabalho de desalagamento das casas.

Moradores foram obrigados a andar no meio de enxurrada forte em rua que virou rio (Foto: Cleber Gellio)
Moradores foram obrigados a andar no meio de enxurrada forte em rua que virou rio (Foto: Cleber Gellio)
Ruas do bairro Santo Antônio viraram "mar" (Foto: Cleber Gellio)
Ruas do bairro Santo Antônio viraram "mar" (Foto: Cleber Gellio)
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