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Capital

No União, esgoto transborda e leva dejetos para dentro das casas

Nadyenka Castro e Ricardo Campos Jr. | 08/03/2011 13:50

Moradores dizem que convivem com o problema há 15 anos

Gramado ficou marrom por causa dos desejetos que saem das poças devido à chuva. (Foto: Ricardo Campos Júnior).
Gramado ficou marrom por causa dos desejetos que saem das poças devido à chuva. (Foto: Ricardo Campos Júnior).

O grande volume de chuva dos últimos dias fez o esgoto de várias residências do bairro União, em Campo Grande, transbordar e levar dejetos para dentro dos imóveis. Moradores dizem que o problema existe há 15 anos e já foi mostrado anteriormente pelo Campo Grande News.

O problema acontece principalmente nas casas da rua Zacarias de Paula Nantes, uma via estreita. De um lado é a parte alta e de outro, na baixa, há um extenso gramado antes de se chegar às calçadas das residências. E é aí que mora o problema.

Segundo o presidente da Associação de Moradores do Bairro, Gerson Tadeu Tosta Espíndola, há muitos foi feita a ligação da rede de esgoto no bairro e os próprios moradores fizeram a ligação de água pluvial para o local.

Com isso, a água da chuva se acumula com a de esgoto e quando há um grande volume de precipitação, a poça transborda e os dejetos “decoram” a grama, calçadas e interior das casas.

Na manhã desta terça-feira, abençoada pelo sol, o que se via no bairro eram moradores lavando os imóveis. O mau-cheiro era muito forte e as gramas estavam na cor marrom.

“Não tem sistema de água pluvial. Os moradores fizeram a ligação de água pluvial para o esgoto, aí enche, transborda e começa entrar nas casas”, explica Gerson Tadeu. “De 15 anos para cá a comunidade está sofrendo com a invasão do esgoto nas residências”.

O gramado da residência do escrivão Ivan Ribeiro da Silva, 49 anos, é um dos cenários desta situação. Ele conta que a água não entra na casa dele porque o imóvel é mais alto, no entanto, inunda toda a grama. “Vira um rio. Na minha casa não entra, mas nas casas ao lado sim”, disse.

Presidente da Associação de Moradores mostra "barricada" em residência. (Foto: Ricardo Campos Jr.)
Presidente da Associação de Moradores mostra "barricada" em residência. (Foto: Ricardo Campos Jr.)

Uma moradora da rua Paulo Hideo Katayama, que não quis se identificar, relata que já teve que lavar a casa dela três vezes nesta semana por causa das visitas indesejáveis. “Em uma delas, em questão de dois minutos depois a chuva começou e já entrou tudo de novo”, conta. “A prefeitura não fez um bueiro nesta rua”, reclama ela, que colocou sacos de areia para impedir novas “invasões”.

Solução- Para Ivan, o que falta no bairro é um sistema eficiente de escoamento de água pluvial. “Não importa se é a Águas Guariroba ou a prefeitura, queremos esse problema resolvido”, fala.

Ele já fez diversas reclamações para a empresa responsável pelo serviço de água e esgoto na Capital. Hoje pela manhã uma equipe esteve em frente à casa dele e fez um trabalho paleativo de solução para o problema.

Foi tirada a tampa da fossa e colocada uma manilha. Com isso haverá mais espaço para água. Thiago Maziero, gestor da Águas Guariroba, explica que o problema no União é o mesmo que no Paulo Coelho Machado, Bonança e Estrela do Sul.

Ele explica que nestes locais, ao contrário dos bairros mais novos, a rede de esgoto foi feita antes da drenagem pluvial e não foi construída para suportar a água da chuva. E por causa disso, as fossas transbordam. De acordo com Thiago, será feito um comunicado oficial à prefeitura sobre a situação e cabe à administração municipal decidir o que será feito.

“Gostaria que o diretor da Águas e o município discutissem com seus engenheiros sobre o problema da água pluvial para que possa resolver esta questão”, declara o presidente da Associação dos Moradores do União.

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