No velório, filha cobra justiça e quer motorista que atropelou pai e fugiu preso
"Como pode atropelar alguém e sequer parar para ver o que aconteceu, tentar prestar socorro?", desaba a filha

Na capela da PAX MS o último adeus à Paulo Sérgio Salor, de 50 anos, ou Paulinho como era tratado carinhosamente, teve lágrimas de saudade e também pedido por justiça. Funcionário há 11 anos no Fort Atacadista, Paulo morreu nesse sábado (24) depois de ser atropelado na Avenida Gury Marques, quando chegava para trabalhar.
O motorista do carro fugiu sem prestar socorro e até o momento do velório, a família cobrava para que ele fosse localizado e responsabilizado. Segundo testemunhas, só se sabe que a cor do veículo era prata.
Muito abalada, a única filha da vítima, Karine Junqueira, de 18 anos, falou do sentimento de não encontrarem o motorista do carro prata que atropelou e matou o pai.

"Chega a ser desumano. Como pode atropelar alguém e sequer parar para ver o que aconteceu, tentar prestar socorro? Não dá mensurar a dor. Estamos sem chão e tudo que queremos é que ele seja identificado e a justiça seja feita", disse ela.
Sob forte emoção e ainda em choque, um companheiro de trabalho que preferiu não se identificar contou que estava com Paulo no momento e explicou toda a dinâmica do atropelamento.
"Tínhamos acabado de descer do ônibus, num ponto próximo. Atravessamos a rua e começamos a atravessar a avenida, até vimos o carro, mas estava longe, sentimos que daria para atravessar mas quando percebi, ele foi atingido. O carro fez o contorno e pegou a avenida Cafezais", disse o rapaz.
Trabalhando como técnico em manutenção, Paulo estava chegando para trabalhar, às 5h35, e foi atropelado ao atravessar a avenida fora da faixa de pedestres, bem em frente ao atacadista.
Com a força da colisão, um dos sapatos de Paulo chegou a sair do pé dele e ficou no meio-fio da avenida, junto com destroços do veículo.
Hoje no velório, a professora Modesta Lúcia Cabrela, de 48 anos, contou que ontem chegava para deixar a esposa na empresa, colega de Paulo, quando viu a movimentação. "A gente nunca imagina que seja alguém que a gente conhece, alguém próximo de nós", lamenta.
O corpo de Paulo foi enterrado no cemitério Santo Amaro.