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Capital

No Vilas Boas, rua sintetiza a buraqueira que atinge Campo Grande

Na Rua do Franco, os condutores têm que andar na contramão por pelo menos trezentos metros para tentar evitar cair em buracos

Bruna Kaspary e Guilherme Henri | 07/12/2017 08:05
Buracos na rua do Franco faz com que motoristas andem na contramão (Foto: Bruna Kaspary)
Buracos na rua do Franco faz com que motoristas andem na contramão (Foto: Bruna Kaspary)

A situação da Rua do Franco, no bairro Vilas Boas é o “fiel retrato” de como estão a maioria das ruas da Capital: repletas de buracos. E na hora de tentar não cair em um deles os motoristas preferem andar mais ou até infringir as leis de trânsito, andando na contramão.

Essa é a realidade dos moradores e motoristas que passam pela região em direção à Avenida Spipe Calarge. Eles chegam a desviar suas rotas em até 300 metros para conseguir “escapar” do maior número de buracos possível.

Elza Kawai, de 54 anos, mora na rua e afirma que já teve muitos problemas por conta das "crateras" que se abriram na frente da casa dela. "Minha filha bateu no buraco, perdeu o pneu, perdeu roda, perdeu tudo. Eu também estourei o pneu, a outra filha também", reclama.

Ela conta que há aproximadamente sete meses equipes do tapa-buracos passaram pela rua e fecharam aqueles que estavam maiores já que alguns tomavam a rua de um lado a outro. "Eles vieram mas não fecharam todos, começa a chover e piora tudo de novo", lembra Elza.

Buracos foram tampados por moradores com entulhos (Foto: Bruna Kaspary)
Buracos foram tampados por moradores com entulhos (Foto: Bruna Kaspary)

Alguns dos buracos foram cobertos por tijolos como uma tentativa de diminuir o impacto e possíveis estragos nos veículos. "Isso é recente, colocaram ontem ou hoje pela manhã. Já colocaram areia também, mas não durou muito tempo", afirma.

Márcio Fernandes, de 46 anos, trabalha em uma construção e passa pela rua quase todos os dias, e segundo ele a cada chuva os buracos aumentam. "Eu já tive que fazer umas quatro manutenções no meu carro", explica.

Ainda segundo ele, "às vezes não tem como desviar dos buracos, porque aqui é linha de ônibus, então fica impossível", explica o trabalhador, que seguia pela rua do Franco na contramão para conseguir desviar de parte dos buracos.

Tapa-buracos – Questionada sobre a operação para recuperar as ruas, a prefeitura de Campo Grande explicou, por meio de nota, que a atual gestão assumiu a Capital com mais de 250 mil buracos e firmou contrato emergencial com empresas de tapa-buraco, além de uma parceria com o Governo do Estado para tentar diminuir o transtorno da população.

Situação dos buracos se agrava com a chuva relatam moradores (Foto: Bruna Kaspary)
Situação dos buracos se agrava com a chuva relatam moradores (Foto: Bruna Kaspary)

Em seguida, abriu processo licitatório, pois não é permitido fazer novo contrato emergencial. Entretanto, por determinação do Tribunal de Contas do Estado, a licitação foi suspensa por dois meses resultando em atraso.

Além disso, empresas derrotadas entraram com recurso, o que tem atrasado o serviço já que a prefeitura tem apenas quatro equipes para tapa-buracos.

A prefeitura admitiu que estas equipes são insuficientes para cobrir uma malha viária de quase 3 mil quilômetros sendo que 70% já tem pavimento comprometido pela ação do tempo e com asfalto de até 30 anos em alguns trechos.

Outro fato que tem agravado a situação é o clima. Conforme a prefeitura, a temporada de chuva tem castigado ainda mais o asfalto e impossibilitando o trabalho das equipes. Só nos quatro primeiros dias de dezembro já choveu 36% do esperado para todo o mês.

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