Nos “drive thrus” de flores, vendedores trocam dia com mães por renda extra
Em vários pontos da cidade é possível encontrar aqueles que abriram mão de passar o domingo com a própria mãe

Para quem evitou as floriculturas no Dia das Mães, mas ainda assim quis presentear com rosas, não faltam opções de “drive thrus” pelas ruas de Campo Grande. Em vários pontos da cidade é possível encontrar aqueles que abriram mão de passar o domingo com a própria mãe para garantir a renda extra.
A esquina da Avenida Afonso Pena com a Rua Dona Ambrosina é o ponto de venda diário de Felipe Lenon, de 26 anos, há dois anos. Em épocas comemorativas, como hoje, o “plantão” tem que ser reforçado. Desde ontem o descanso foi substituído pelas horas em pé no semáforo para atender a todos os clientes. O trabalho, no entanto, adiou o tradicional almoço de família com a própria mãe.
“É uma época muito boa, dá para fazer dinheiro. Mas hoje não vou ficar com a minha, mas amanhã cedo não to batendo na casa dela”. A venda das flores é a maneira de Felipe sustentar os dois filhos que moram em São Paulo; uma menina de 9 e um menino de 5 anos. Ele comprou 2 mil rosas de a data e de ontem para hoje já devem metades delas.
A expectativa, segundo ele, é até o fim do dia vender todos os botões de rosa. “Cheguei às 7 horas e durante a manhã vende 32 rosas. Faço até promoção, aceito Pix e várias outras formas de pagamento”.
Quem também precisou abrir mão da própria comemoração foi Fernando de Andrade, de 29 anos. Durante a semana, ele está todos os dias na esquina da Avenida Mato Grosso com a Nelly Martins vendendo morangos, mas hoje trocou as frutas pelas rosas. Chegou no ponto às 5h30 e até o fim da manhã já havia vendido 50 flores.
“Vou passar a data longe da minha mãe, mas ela entende. Ela sabe que eu preciso e amanhã faço alguma coisa para ela”. Fernando perdeu o emprego registrado durante a pandemia e viu nas ruas a oportunidade de ganhar a vida. Desde o ano passado ele investe no mercado das rosas no Dia das Mães e não volta para casa enquanto não vender toda a mercadoria.
“As vendas estão ótimas, muito boa mesmo. Mas o preço da rosa aumentou. No ano passado estava mais barato, pagava R$ 9. Esse ano está R$ 12, um aumento considerável. Se eu não vender por R$ 20 não tenho lucro, enquanto não tiver rosa eu fico aqui”, contou. A renda extra também vai ajudar no presente da homenagear a mãe. “Flor não, vou dar uma coisa melhor. Ainda não sei o que vou dar, mas vou pesquisar. Um presente legal e que ela precise, ela merece”, brinca.
A Avenida Afonso Pena também foi o local escolhido por Ariadny Aparecida de Souza Cardoso, de 17 anos, para investir nas vendas de Dia das Mães. Ela e a irmã são proprietárias de uma floricultura on-line, mas a data fez com que levassem o negócio para a rua. “Decidi vender no semáforo hoje, a época é boa. Cheguei às 9 horas e já vendi dois botões de rosa”.
O domingo, conta, vai ser ali na rua mesmo, para aproveitar os clientes que passam pela avenida no caminho das comemorações.
