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Capital

Nova greve atrapalha rotina de usuário e espera chega a 6h em postos

Alan Diógenes | 20/08/2015 17:22
Aviso em porta de posto de saúde informa que o atendimento é só de urgência e emergência. (Foto: Marcos Ermínio)
Aviso em porta de posto de saúde informa que o atendimento é só de urgência e emergência. (Foto: Marcos Ermínio)
Usuária disse que maior reclamação é sobre o tempo de espera. (Foto: Marcos Ermínio)
Usuária disse que maior reclamação é sobre o tempo de espera. (Foto: Marcos Ermínio)

A greve dos médicos, que já dura seis dias em Campo Grande, mais um vez tem causado transtornos à população, que necessita de atendimento médico. O tempo seco faz aumenta a demanda de pacientes com problemas respiratórios nos postos de saúde, e com a paralisação o tempo de espera na fila chega a seis horas.

É que conta a atendente de padaria Gleice Elen Maciel Duarte, 22 anos, que chegou a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Coronel Antonino às 10h, com dores abdominais, e só conseguiu ser atendida por volta das 16h. “As funcionárias da recepção avisaram que iria demorar por conta da greve, mas mesmo assim o pessoal reclamou. Teve um rapaz que se alterou e discutiu com uma delas”, explicou.

Na sala de espera haviam, na tarde desta quinta-feira (20), cerca de 20 pessoas aguardando atendimento. O promotor de vendas David Michael, 21, que chegou à unidade com dores na coluna, disse que muitos pacientes chegaram a desistir e foram embora. “Essa greve é um absurdo e complica a vida de todo mundo”, mencionou.

A assistente de suporte técnico Jossileni Ramos, 30, falou que passou por vários postos de saúde para levar o filho pequeno e percebeu que o número de crianças com problemas respiratórios, devido ao tempo, é grande. “O que se percebe é todo mundo reclamando da demora. O pior é que as crianças já estão passando mal e as mães ficam com mal estar também ao esperar por atendimento”, destacou.

O autônomo Marcelo Ortiz, 37, levou ao posto de saúde a filha de 12 anos, que estava com febre alta. Apesar de reclamar da demora no atendimento, ele não é contra os médicos. É contra o prefeito Gilmar Olarte, que segundo ele, não paga o que a categoria merece por direito. “Ninguém trabalha neste mundo de graça. O prefeito tem que pagar o que deve. Sou a favor da greve”, finalizou.

Nesta manhã, o secretário municipal de Saúde, Jamal Salem, se reuniu com representantes dos médicos para tentar chegar a um acordo afim de encerrar a greve. Ele afirmou que 99% das reivindicações dos médicos já foram atendidas, inclusive o pagamento dos salários, apenas erros aconteceram no pagamento de plantões e gratificações a alguns médicos, que devem ser corrigidos pelo RH da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).

“Alguns deles tiveram diferenciações no pagamento de plantões e gratificações, ou seja, hoje cedo falamos para a categoria que podem procurar o nosso RH para resolver esta situação. Também estamos com diálogo aberto com eles, inclusive realizando estudos para melhorar o valor pago pelos plantões. Não existe motivo para continuar esta greve, eles nos entenderam bem, já que passamos por uma crise financeira nacional e vão realizar uma assembleia para ver se põem fim à greve ou não”, informou o secretário.

A assembleia da categoria acontece amanhã (21), a partir das 13h, na sede do Sinmed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul). 30% dos médicos vão atender nas UPA's (Unidades de Pronto Atendimento) e CRS's (Centros Regionais de Saúde), que atendem 24h em regime de urgência e emergência.

Em maio deste ano, a primeira greve durou 18 dias. Um dos pontos acertados com a prefeitura para o retorno ao trabalho foi o pagamento dos salários até o quinto dia útil de cada mês. No entanto, conforme o escalonamento de salários anunciado dia 14 de julho pela prefeitura, aqueles que recebem acima de R$ 7 mil, teriam os salários depositados entre os dias 18 e 21 de agosto.

Espera em postos chega a seis horas. (Foto: Marcos Ermínio)
Espera em postos chega a seis horas. (Foto: Marcos Ermínio)
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