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Capital

Núcleo feminino do PCC foi alvo de operação contra “tribunal do crime”

Após o assassinato de Érica Rodrigues, a polícia identificou pelo menos 19 pessoas envolvidas no crime. Hoje, 16 foram presas

Geisy Garnes e Maressa Mendonça | 31/10/2019 16:00
Equipes durante operação nesta manhã em Três Lagoas (Foto: Rádio Caçula)
Equipes durante operação nesta manhã em Três Lagoas (Foto: Rádio Caçula)

A Operação Halloween, deflagrada na manhã desta quinta-feira (31) pela Polícia Civil de Três Lagoas, prendeu oito mulheres que integravam o núcleo feminino do PCC (Primeiro Comando da Capital). As suspeitas ocupavam posições de liderança na facção e ordenavam execuções em todo o Estado.

A facção determina que mulheres só podem ser julgadas e executadas se uma integrante feminina participar das videoconferências do “tribunal do crime”. Após o assassinato de Érica Rodrigues Ribeiro, de 29 anos, a Polícia Civil de Três Lagoas identificou pelo menos 19 pessoas que participaram direta ou indiretamente do crime.

Nesta manhã, as equipes saíram às ruas para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão em Campo Grande, Corumbá, Tupi Paulista, Nova Andradina, Nova Alvorada do Sul, Água Clara e Três Lagoas. Entre os alvos da operação, foram presas oito mulheres, algumas com posição de liderança na organização criminosa.

Em Campo Grande, o Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) prendeu uma mulher de 30 anos no Bairro Centro Oeste. Para os policias, a suspeita confessou ser Geral Feminina de Mato Grosso do Sul.

Nesse núcleo da facção os integrantes lideram as atividades criminosas no âmbito estadual, controlando e orientando os quadros inferiores na execução de crimes, na conduta dos integrantes, e ainda repassam ao alto escalão da organização criminosa todos os fatos que necessitam deliberação superior.

Policiais de Dracena também deram apoio à operação e cumpriram mandado de busca contra uma das suspeitas no presídio de Tupi Paulista, no interior de São Paulo. A interna teria dado a ordem de execução de Érica por videoconferência. O nome da mulher não foi divulgado. Uma terceira envolvida foi encontrada em Corumbá.

Além das oito mulheres, outros oito homens também foram presos.

Foram cumpridos 16 mandados de prisão nesta manhã (Foto: Rádio Caçula)
Foram cumpridos 16 mandados de prisão nesta manhã (Foto: Rádio Caçula)

Motivação – Segundo o delegado Roberto Oliveira Guimarães, responsável pela investigação, Érica não participava de nenhuma facção, mas já havia sido presa por tráfico de drogas. Ela se tornou alvo depois que integrantes do PCC descobriram que ela abusava sexualmente de uma menina de 8 anos.

O crime era filmado por ela e enviado ao marido, que também está preso. Conforme o site JP News, parentes da vítima também participaram do “tribunal do crime”. O tio e a avó da criança, de 30 e 50 anos, foram presos durante as ações desta manhã.

Em coletiva de imprensa, o delegado Ailton Pereira, do SIG (Setor de Investigação Gerais), afirmou que parte das suspeitas presas já eram investigadas pela Polícia Civil de Corumbá. Elas também teriam ordenado execução de uma mulher no município. Detalhes não foram divulgados e as investigações continuam.

O crime – À polícia, a mãe da vítima contou que horas antes do crime, quatro suspeitos, dois homens e duas mulheres, foram de carro até a casa dela a procura da filha. Érica foi levada a força pelo grupo, que chegou a ameaçar a mãe dela quando tentou impedir o sequestro da filha.

O corpo da jovem foi encontrado no dia seguinte, 3 de setembro, com pelo menos 30 perfurações na região conhecida como Cascalheira, às margens do Rio Paraná.

A ação de hoje conta com a participação da Polícia Civil de Três Lagoas, Agua Clara, Nova Andradina, Nova Alvorada do Sul, Corumbá e Tupi Paulista (SP) e 2º Batalhão de Polícia Militar. Também participam da operação a Garras (Delegacia de Repressão Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos), Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos), Polinter (Serviço de Polícia Interestadual), Agepen (Agencia Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e Polícia Federal.

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