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Capital

"Obrigada, senhores médicos", protestam filhos de mulher morta

Ana Paula Carvalho e Viviane Oliveira | 18/11/2011 20:05

Manifestação foi em frente ao posto de saúde onde ela foi atendida primeiro. Família reclama de demora na transferência para hospital de mulher que morreu após hemorragia

Meninos seguram cartaz durante manifestação após a morte da mãe deles (Foto: Simão Nogueira)
Meninos seguram cartaz durante manifestação após a morte da mãe deles (Foto: Simão Nogueira)

Comoção e muita tristeza marcaram a manifestação de familiares e amigos de Cyntia Maria Ruiz Savala, de 34 anos, que morreu após passar quase 10 horas esperando ser transferida a um hospital, em frente à Unidade de Pronto Atendimento do bairro Guanandi.

“Obrigado, senhores médicos por tirarem a vida da nossa mãe”, dizia o cartaz carregado pelos filhos, de 13 e 9 anos. Outros pediam por justiça, alegando que “inocentes estão pagando com a vida”.

A mãe de Cyntia, Inesita Ruiz, conta que ela foi levada para a UPA pela ambulância do SAMU às 7h, com muitas dores, ela foi atendida e medicada. Por não conseguir informações, mesmo tranquila, ela resolveu entrar escondida onde a filha estava.

Quando chegou, encontrou Cyntia caída no chão do banheiro “mole e com muito sangue”. “Mãe, me deram um remédio que eu estou tremendo”, foi o que ela disse para Inesita.

A mãe achou estranho e “implorou” para falar com a médica que estava de plantão. Segundo ela, apenas o guarda municipal intermediava esse contato.

Percebendo a gravidade do caso, a família pediu para levar Cyntia para um hospital particular no carro deles. A médica não permitiu.

Por volta das 17h, a ambulância do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegou e transferiu a paciente para o Hospital Regional.

Quando chegou ao HR, segundo Inesita, ela estava branca por ter perdido muito sangue. O médico fez um exame de sangue e descobriu que ela estava grávida – Ninguém sabia, nem mesmo Cyntia. A mulher recebeu uma transfusão de sangue e estava sendo levada para a sala de cirurgia, quando não resistiu e morreu.

Inesita questiona porque a filha demorou tanto para ser transferida a um hospital, se era “visível que ela não estava bem”.

“Ela saiu do posto toda entubada, para você ver como o estado dela era grave”, diz Ana Rita Ruiz, irmã da paciente.

UPA - De acordo com Talita Moreira Silva, gerente administrativa do posto, o prontuário da mulher foi encaminhado a Sesau e um processo administrativo será aberto para identificar se houve erro médico.

Ainda segundo ela, no documento consta que a medica solicitou ao SAMU a transferência da paciente ao hospital, mas a viatura chegou às 17h apenas com um enfermeiro.

Quanto á transferência dela para um hospital no carro da família, ela explicou que isso não é permitido quando o paciente está em estado grave.

Ela também relata que Cyntia deu entrada apenas com dores e o quadro foi se agravando na UPA.

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