ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  18    CAMPO GRANDE 17º

Capital

Operação da Polícia Militar faz varredura em áreas críticas da cidade

Luciana Brazil | 21/07/2012 12:12
Policiais durante abordagem em locais onde havia aglomeração de jovens. (Fotos Rodrigo Pazinato)
Policiais durante abordagem em locais onde havia aglomeração de jovens. (Fotos Rodrigo Pazinato)

Mais de 60 policiais militares realizaram na noite de ontem a Operação Saturação, em Campo Grande. A ação preventiva da Polícia Militar, feita por três batalhões, tinha como principal objetivo coibir situações de risco à população, em áreas críticas da cidade. Táxis e ônibus do transporte coletivo também foram alvos da operação de prevenção e repressão.

Além do 1°, 10° e 9° batalhão, equipes da Ciptran (Companhia Independente de Policiamento de Trânsito) fizeram parte da operação.

A equipe do Campo Grande News acompanhou o comboio de viaturas durante a noite. As equipes realizaram abordagens em bares, conveniências e lanchonetes para coibir algazarras, som alto, infrações de trânsito, tumultos e perturbação do sossego, além de realizar apreensões de drogas ou armas.

Suspeitos em potencial foram um dos focos da ação. Segundo a PM, duplas de motocicletas são, geralmente, abordados de forma rigorosa, já que fazem parte do perfil comumente responsável por cometer roubos e assaltos.

Em comboio, partimos na primeira etapa com o 10° BPM, saindo do bairro Dom Antônio. Talvez devido ao tempo frio, os locais estavam tranquilos e apesar das revistas - no primeiro “paredão” humano com cerca de 70 pessoas - não foram feitas apreensões.

A região do Dom Antônio é palco de muitos crimes, mas na noite de ontem nada foi registrado durante a ação policial.

Nos aglomerados de jovens, que se reúnem rotineiramente, a primeira reação aos avistar as viaturas, é tentar dispersar para fugir da implacável fiscalização, mas rapidamente são conduzidos para a inspeção.

Com um talão eletrônico, uma espécie de minicomputador, os policiais da Ciptran verificavam se o suspeito tinha passagem criminal ou administrativa, além de fazer notificações e consultar veículos com irregularidades. “É só digitar o nome e a gente consegue ver a ficha criminal do indivíduo ou ainda registrar a multa de um veículo”, disse o policial que mantinha a tecnologia em mãos.

Após percorrer várias regiões como bairro Dom Antônio, Pioneiros, avenida dos Cafezais e avenida Manoel da Costa Lima, a missão do 10° batalhão foi finalizada por volta de 23h30. Foram quase duas horas de rondas e abordagens, porém sem apreensões ou prisões.

“Está bem tranquilo hoje. Talvez por causa do frio mesmo, ou até por causa da época do mês”, disse o militar se referindo a possível situação financeira desfavorável dos jovens que ainda não receberam o salário.

Para a equipe de reportagem do Campo Grande News a ação continuou e nos juntamos ao 9° batalhão que realizava, simultaneamente aos outros batalhões, a operação em outras regiões da cidade.

Mas definitivamente, a noite estava tranquila. Sem graves problemas, a ação seguiu até uma conveniência no início da rua Antônio Maria Coelho, já na região central. Lá, os jovens que se aglomeravam em frente ao estabelecimento foram revistados e, mais uma vez, nada foi encontrado.

Sobre a ação e ainda próximo à parede onde foi revistado, um jovem disse aprova-la. “Quem não deve nada, acaba pagando por causa das pessoas que fazem coisas erradas. Mas acho que a polícia deve fazer esse tipo de abordagem sim, já que é uma das formas de coibir alguns crimes”, disse o vendedor José Carlos, 26 anos, que pela primeira vez passava por uma revista policial.

Para um grupo de jovens, a ação é positiva, mas nem sempre é feita como deveria. “ Se a imprensa não estivesse aqui, eles não estariam sendo tão delicados, mas acho que tem fazer a fiscalização sim”, opinaram em coro.

Entre viaturas e giroflex acionado, a imagem era bastante ostensiva e para quem não se importava com a movimentação da PM, demonstrando confiança em sua integridade, a regra de fiscalização também era aplicada. No meio da operação, um condutor, acompanhado de sua namorada, resolveu parar na conveniência. Em menos de um minuto, já tinha sido revistado, juntamente com seu veículo. Entretanto, seguindo a regra da noite, tudo estava em ordem.

Viaturas em frente a um dos locais onde foram feitas abordagens.
Viaturas em frente a um dos locais onde foram feitas abordagens.
Policiais fazem abordagem na rua, durante a operação. Ninguém escapou da ação.
Policiais fazem abordagem na rua, durante a operação. Ninguém escapou da ação.

Constantes reclamações são comuns entre vizinhos de estabelecimentos como bares e conveniências que ficam abertas durante a madrugada. Os relatos são sempre os mesmos, cobertos de indignação.

Além do barulho e das brigas frequentes, uma família vizinha à conveniência da rua Antônio Maria Coelho fez questão de frisar que alguém precisa se responsabilizar pela bagunça que acontece na rua. “Somos moradores e não coniventes e as pessoas não respeitam”, contou o homem que preferiu não ser identificado.

“Urinam na nossa porta e entra pela fresta. No dia seguinte a gente tem que desinfetar. É inaceitável. É sujeira, caco de vidro, e até camisinha usada”, completou Simone, também moradora da casa.

Segundo eles, a algazarra começam na quarta-feira e segue até segunda-feira, 6 horas da manhã, quando “os bêbados vão embora”. “Acontece de tudo, é tiro, briga e ninguém consegue dormir”.

A história se repete, os depoimentos são tão parecidos que parecem ter sido copiados de outras matérias.

Após um pedido de reforço, as equipes seguiram até uma conveniência na avenida Afonso Pena, já conhecida como um local de tumulto. No local, duas viaturas da Cigcoe(Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) atendiam a um chamado do 190. A denúncia dizia que havia um homem portando uma faca.

Depois de buscas a arma não foi encontrada.

"Quando a gente chega eles (jovens) fazem barulho de sirene para avisar que a polícia chegou, mas acabam avisando os bandidos e isso atrapalha bastante", disse um dos PM's.

Assim como nos táxis e ônibus, nenhuma ocorrência foi registrada no estabelecimento. Na noite de sexta-feira e na madrugada deste sábado, nada foi encontrado. Para alívio dos campo-grandenses a tranqulidade reinou. Quem dera fosse sempre assim.

Nos siga no Google Notícias