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Capital

Pais de jovens mortos alcançam 100 mil assinaturas contra impunidade

Viviane Oliveira | 11/03/2013 09:11
“A nossa luta contra o fim da impunidade será para o resto de nossas vidas", diz Lilian, mãe de Breno. (Foto: Vanderlei Aparecido).
“A nossa luta contra o fim da impunidade será para o resto de nossas vidas", diz Lilian, mãe de Breno. (Foto: Vanderlei Aparecido).

Quase sete meses depois de perderem os filhos, assassinados no dia 20 de agosto do ano passado, as famílias dos estudantes Breno Luigi Silvestrini de Araújo e Leonardo Batista Fernandes atingiram mais de 100 mil assinaturas no movimento que pede o fim da impunidade e uma legislação mais rigorosa no Brasil. O número vai reforçar ação nacional que vai formalmente solicitar ao Congresso mudanças no Código Penal, como a ampliação da pena máxima no País, de 30 para 50 anos.

As famílias das vítimas pretendem entregar o abaixo-assinado colhido em todo Estado até o começo do mês que vem, tempo para reunir todas as adesões. O pai de Breno, Rubens Silvestrini, lembra que a contagem é dividida entre os apoiadores da campanha. Em mãos, ele tem 59 mil, mas com os demais colaboradores as assinaturas "já ultrapassaram 100 mil", reforça.

Mas a missão não acaba aí. "A nossa luta contra o fim da impunidade será para o resto de nossas vidas. Depois das assinaturas, vamos lutar contra essa fronteira livre para que outras pessoas não percam a vida como os nossos filhos”, comenta a mãe, Lilian Silvestrini.

A intenção das famílias dos jovens é entregar pessoalmente as assinaturas para a deputada federal Keiko Ota (PSB-SP). Ela é mãe do menino Yves Ota, assassinado em 1997, aos oito anos, durante sequestro. Após o crime, ela realizou vários trabalhos no combate à violência e na defesa de penas mais duras para crimes contra a vida.

O objetivo da campanha, que faz parte de um movimento nacional, é recolher 100 mil de assinaturas no Estado e 1,5 milhão em todo País.

“Depois que já tivermos as assinaturas nós vamos entrar em contato com a deputada, que marcará uma reunião com o ministro da Justiça, José Roberto Cardozo, para a entrega do abaixo-assinado no Congresso Nacional, em Brasília”, disse Lilian.

Mesmo com a dor que não esvazia o peito, Ângela Iracema Batista Fernandes, mãe do Leonardo, diz que agora sabe que a morte dos jovens vai servir para algo. “A gente sempre vai cutucar e cobrar as autoridades. Além disso, queremos conscientizar a população da força que nós temos”, destaca.

Quem quiser aderir ao movimento, pode acessar o site www.pelofimdaimpunidade.com.br, e assinar. Para participar, basta preencher um formulário simples que pede nome, e-mail, número do RG, endereço, CEP, município e Estado.

“Para que nós possamos sobreviver, temos que pensar que eles não morreram em vão. Tem dia que não é fácil, a saudade é muito grande”, finaliza Lilian.

A campanha 'Pelo fim da impunidade' é realizada também pela Polícia Militar em todo Estado. "Temos que mudar esse código! Esses dias saiu em todos os noticiários uma mulher grávida em São Paulo que morreu com um tiro na cabeça durante assalto, o que mais revolta é que o bandido deveria estar preso, mas por um erro na Justiça estava em liberdade. Isso é um absurdo", avalia a mãe de Breno.

O caso - Breno e Leonardo foram sequestrados logo após terem saído do Bar 21, no bairro Chácara Cachoeira. Os criminosos levaram os rapazes para a saída de Sidrolândia as margens da rodovia, onde os rapazes foram mortos. A caminhonete, uma Pajero de propriedade do pai de Leonardo, seria trocada por cocaína na Bolívia.

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