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Capital

Pandemia dispersou multidão até da novena mais disputada da cidade

Fiel agora tem lugar para sentar, distanciamento e se igreja lotar é levado para acompanhar por telão em centro de apoio

Paula Maciulevicius Brasil e Laiane Paixão | 28/10/2020 12:31
Antes de ajoelhar, fiel precisa passar álcool em gel nas mãos. (Foto: Silas Lima)
Antes de ajoelhar, fiel precisa passar álcool em gel nas mãos. (Foto: Silas Lima)

Quem lembra de fiel acompanhando novena dos degraus da escada da Perpétuo Socorro nem acredita que se trata da mesma igreja. A pandemia conseguiu dispersar até a multidão de fieis às quartas-feiras. Reaberta desde o fim de maio, mas obedecendo as medidas de segurança como álcool em gel, uso de máscaras e distanciamento, há quem até prefira a igreja assim.

Quem chega é recepcionado por um grupo de trabalhadores da igreja que agem como "maître" perguntando lugar para quantas pessoas, passando álcool em gel nas mãos e encaminhando os fieis para lugares demarcados. A distância entre uma pessoa e outra diminuiu o número de assentos disponíveis e ninguém mais pode ficar em pé também. Se a igreja chega à lotação máxima, que é 50% da capacidade, o fiel é levado para acompanhar a novena ou missa pelo telão ao lado, no centro de apoio do santuário.

Reitor do santuário, padre Reginaldo fala que todas as medidas estão sendo cumpridas. (Foto: Silas Lima)
Reitor do santuário, padre Reginaldo fala que todas as medidas estão sendo cumpridas. (Foto: Silas Lima)

"Desde o início da pandemia, o santuário vem seguindo todas as medidas de segurança", afirma o reitor do santuário, padre Reginaldo Padilha.

Houve também a diminuição de novenas, das 18 caiu para 14 à quartas, com horários das 6h às 10h da manhã, depois às 12h com missa, e na parte da tarda das 14h até 21h, sendo que a novena das 16h é transmitida pela TV Imaculada e também no Facebook e canal do Youtube da Perpétuo.

"Tem sido muito difícil, o santuário tem 90 anos, esta foi a primeira vez que deixamos de realizar as novenas e foi muito doloroso, porque somos um centro de peregrinação e ficamos praticamente três meses sem realizar nada", comenta o padre sobre os períodos de março a maio quando a pandemia fechou de vez as portas do santuário.

O pouco movimento é comemorado pela aposentada Zélia Sobreira, de 62 anos, que faz questão de comparecer à missa e a novena das 12h "Saio de casa mais cedo para pegar o meu lugar, evitar aglomeração e olha, tem sido uma mansidão nestes dias de caos".

Zélia fala que novena é mansidão em meio aos caos da pandemia. (Foto: Silas Lima)
Zélia fala que novena é mansidão em meio aos caos da pandemia. (Foto: Silas Lima)

Pensionista, Maria Aparecida de Miranda, de 67 anos, fala que bom mesmo seria não ter pandemia, mas mesmo com as proibições dentro da igreja "pelo menos está tendo". "Se antes eu precisava de Deus, agora preciso mais ainda", reforça.

Ela estava acompanhada da pensionista Jane da Costa Soares, de 59 anos. As duas são vizinhas. "Estamos aproveitando para vir agora, porque antes era muito cheio, tinha gente até na escadaria. Agora está melhor, a gente consegue ficar sentadinha", comenta.

A comunhão segue normalmente, mas antes de pegar a hóstia das mãos do padre, cada fiel precisa passar álcool em gel.

"O que mudou muito foi o discurso também, não é só religioso, a gente também fala da parte dos cuidados, de orientar as pessoas para que lembrem que a pandemia não acabou, que ainda é importante usar máscara, que evite aglomerações, porque para cuidar do outro, a gente precisa se cuidar", resume o padre Reginaldo.

Hóstia é entregue nas mãos dos fieis. (Foto: Silas Lima)
Hóstia é entregue nas mãos dos fieis. (Foto: Silas Lima)

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