ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, SEXTA  29    CAMPO GRANDE 22º

Capital

Para esconder carro usado em crime, sequestrador ameaçou ex e contratou guincho

Claudinei foi preso na tarde de ontem, no Campo Alto, logo após tentar recuperar o carro usado no crime

Geisy Garnes | 20/09/2021 09:42
Casa usada como cativeiro pelos bandidos. (Foto: Paulo Francis)
Casa usada como cativeiro pelos bandidos. (Foto: Paulo Francis)

Na tentativa de se livrar das provas do sequestro da moradora do Bairro Itanhangá Park, de 50 anos, Claudinei dos Santos de Oliveira, 29 anos, conhecido como Carcaça, contratou um guincho para levar o Fiat Uno usado no crime e chegou a ameaçar a ex-mulher para que ela ajudasse a pagar pelo serviço.

Durante a madrugada de domingo (19), Claudinei já era suspeito do crime e, por isso, sua ex-companheira foi chamada para prestar esclarecimentos na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário). Ela passou horas na unidade prestando esclarecimentos e quando voltou para a casa, o encontrou esperando.

Ela contou à polícia que nervoso, o ex chegou a efetuar tiros para cima por acreditar que o motorista que a deixou no local era o atual namorado dela. Depois que a situação foi resolvida, entraram em casa e o suspeito confessou ter participado do sequestro.

Depois de contar sobre o assalto, Claudinei continuou as ameaças e a mulher aceitou ajudar. Um amigo do ex buscou ela em casa e levou até o ponto em que o Uno estava. Para a polícia ela contou que o carro foi danificado na fuga e Claudinei queria guinchá-lo, mas como não tinha dinheiro, um valor de R$ 160, exigiu que passasse o cartão para pagar pelo serviço.

O Uno pertencia a namorada de Claudinei. Ela também foi ouvida e revelou que entregou o carro ao suspeito no mesmo dia que comprou: na sexta-feira. Durante o fim de semana, ele chegou a ligar para avisar que o carro havia sido furtado e pedir que registrasse boletim de ocorrência, mas como não sabia a placa, não procurou a polícia.

Enquanto o veículo era guinchado, Claudinei desconfiou que a polícia estava na região e fugiu, deixando a ex-mulher com a obrigação de “terminar o serviço”. No caminho para casa, no entanto, ela foi abordada pelos policiais.

"Carcaça" em foto divulgada em 2016, quando foi preso por assalto à farmácia. (Foto: Divulgação)
"Carcaça" em foto divulgada em 2016, quando foi preso por assalto à farmácia. (Foto: Divulgação)

A prisão – As buscas por Claudinei continuaram e ele foi encontrado logo depois. Segundo registro, o suspeito deixou o local em um carro que foi abordado poucas quadras do lugar que o Uno era guinchado. O motorista era vizinho da ex-mulher do assaltante e contou que pouco antes, foi surpreendido pelo “amigo”, que pediu ajuda para ir resgatar o carro que estava sem combustível. Como não desconfiou de nada, aceitou ajudar.

Levou o vizinho no Campo Alto e ficou com ele em um bar, esperando o guincho. Depois que o caminhão chegou, Claudinei entrou novamente no carro e nervoso, pediu para ele sair do local, ele obedeceu e andou alguns metros antes de parar em frente a uma residência, a pedido do suspeito, que desceu correndo e invadiu uma casa da região. Só então ele descobriu o que acontecia.

Em depoimento, ele confessou o crime e relatou que cometeu o sequestro ao lado de João Victor Rodrigues da Silva. Relatou ainda que a casa usada como cativeiro pertencia ao comparsa, mas que não sabia onde ele estava.

João não foi encontrado. A namorada de 16 anos e a mãe do rapaz foram ouvidas na delegacia e revelaram que o suspeito passou a noite de sábado para domingo na festa de aniversário do avô, sem demostrar qualquer nervosismo e, no dia seguinte, se reuniu novamente com a família em outra festa. Depois, se despediu e não foi mais visto. As buscas pelo segundo envolvido continuam.

Sequestro - Na noite de ontem, por volta das 23 horas, 3 homens em um Uno azul renderam uma mulher de 50 anos e a filha de 21, na porta de casa, no Bairro Itanhangá. A vítima foi solta 3 horas depois, após pagamento de R$ 18 mil em resgate, além de um relógio Rolex.

As impressões digitais colhidas no carro da vítima, um Audi A3, podem ajudar a identificar os envolvidos. O veículo foi abandonado no local do cativeiro.

Nos siga no Google Notícias