Para evitar que árvores sejam arrancadas, morador chama a PM
Sete árvores serão retiradas para que muro da Escola Estadual Brasiliano Braz seja construído no local
Em 1992, o autônomo Carlos Augusto se mudou para Campo Grande e fixou residência no Jardim Leblon. Apaixonado pela natureza, decidiu plantar por conta própria mais de 20 mudas pelas ruas da própria casa e nas que ficam no entorno. Ele viu de perto as árvores crescerem ao longo dos 20 anos, mas na tarde desta quarta-feira (11) ficou indignado ao chegar em casa e ver os galhos no chão.
De acordo com funcionários da terceirizada contratada para a poda, GeoBio Ambiental & Elétrica, sete árvores, que ficam na lateral da Escola Estadual Brasiliano Braz, estão sendo removidas para que o muro da unidade seja refeito mais perto da rua.
Se elas não forem retiradas, justificaram, as raízes poderiam prejudicar a construção, além de atrapalhar a travessia de pedestres.
As sete árvores ficam em frente à casa do morador. "Para mim, isso é um crime, o que estão fazendo, vai afetar o meio ambiente. Vamos perder as frutas, as sombras, os pássaros também vão ser afetados, o vento vai diminuir. Se fosse eu, no lugar do engenheiro de obras desse projeto, eu não assinaria esse projeto. No lugar de derrubar as árvores, precisa integrar elas. Se a gente não brigar pela natureza, o quê é que vai virar?!", lamentou Carlos.
Tanto acredita que é crime, que o morador decidiu chamar a Polícia Militar. Uma equipe foi até o local e os trabalhadores disseram que a SED (Secretaria Estadual de Educação) possui autorização do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) para realizar a poda, mas que não teriam o documento no momento.
Carlos venceu a batalha do dia e os funcionários foram embora após derrubar apenas uma árvore, mas avisaram de devem voltar na quinta-feira (12) para fazer a retirada das que faltaram, desta vez, munidos da autorização do Imasul.
"O que me deixa indignado, é que uma coisa que eu fiz, plantei, ver no chão", disse.
A reportagem entrou em contato com a SED e a instituição disse que questionaria o setor responsável, mas não emitiu um posicionamento até a publicação.