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Capital

Para quem mora do lado, ferros-velhos se transformam em tormento

Na Vila Progresso, sucatas abandonadas viram ponto de encontro de usuários de drogas

Kerolyn Araújo | 09/12/2018 09:52
Sucatas viram ponto de encontro de usuários de drogas na Vila Progresso. (Kísie Aionã)
Sucatas viram ponto de encontro de usuários de drogas na Vila Progresso. (Kísie Aionã)

Andando pelas ruas de Campo Grande não é difícil flagrar carros abandonados em frente a ferros-velhos. Alguns deles, irregulares, acabam se tornando problema para quem mora na região. Ocupam a via, atrapalham o trânsito e ainda representam risco de proliferação de animais peçonhentos e de mosquitos que provocam doenças.

Na Vila Progresso, por exemplo, os ferros-velhos tomam conta do bairro e a cada quadra é possível encontrar carcaças de carros nas ruas. Com medo de represálias, a vizinha de um ferro-velho aceitou conversar com a equipe da reportagem, desde que não fosse identificada. Ela relatou os problemas de conviver diariamente com as sucatas. 

No Guanandi, cena de sucatas nas ruas se repete. (Foto: Paulo Francis)
No Guanandi, cena de sucatas nas ruas se repete. (Foto: Paulo Francis)

''Aqui no bairro existem muitos usuários de drogas. Eles acabam utilizando esses veículos deixados nas ruas como abrigo e também para comprar e vender entorpecentes", contou.

Apesar de não morar no bairro, o autônomo Júlio César da Silva, 37 anos, frequenta assiduamente a região e também fica incomodado com a quantidade de sucatas de carros nas ruas. ''Acaba gerando um problema principalmente à noite, já que aqui tem muitos usuários de drogas e prostituição. Sem falar nos riscos de acidentes nas áreas com pouca iluminação porque fica difícil enxergar as sucatas", explicou.

Veículos deixados na rua causam transtornos para moradores. (Foto: Kísie Aionã)
Veículos deixados na rua causam transtornos para moradores. (Foto: Kísie Aionã)

Não muito longe, no bairro Guanandi, também é possível encontrar sucatas de carros nas ruas, algumas delas ocupando o espaço das calçadas. A situação vem de anos e, apesar de fiscalizações feitas na região, continua se repetindo.

Em 2016, o Campo Grande News divulgou matéria sobre um ferro-velho que funcionava irregularmente na rua Jatobá. O dono do local foi preso. Em dezembro do mesmo ano, outro estabelecimento ilegal foi fechado no bairro Noroeste.

A cena de veículos de ferros-velhos abandonados se repete em várias regiões da cidade. Na Avenida Interlagos, na Vila Morumbi, carros formam filas em frente a um estabelecimento. Com medo de represálias, vizinhos evitam dar nomes ao se manifestar, mas reclamam do vizinho incômodo. Dizem que além da rua tomada, temem pela saúde com tanto material parado na rua.

Nos três locais, a reportagem tentou falar com os responsáveis pelos estabelecimentos, mas nenhum deles foi localizado. Na avenida Interlagos, no telefone obtido como sendo do responsável, a pessoa que atendeu disse que não tinha "nada a ver" com o ferro-velho.

Cena de abandono sucatas é frequente em bairros da Capital. (Foto: Kísie Aionã)
Cena de abandono sucatas é frequente em bairros da Capital. (Foto: Kísie Aionã)

Conforme a prefeitura, a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) é responsável por fiscalizar o licenciamento ambiental do estabelecimento. Caso esteja irregular, o dono do local é notificado e, se não regularizar a situação, pode ser multado em até R$ 18 mil.

Ainda segundo a administração municipal, casos de veículos deixados em via pública devem ser denunciados à Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito). O número para denúncias da prefeitura é o 156.

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