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Capital

Para usuários, privatização será a “cereja do bolo” do aeroporto da Capital

Mesmo satisfeitos com a recente reforma, passageiros confiam que privatização trará ainda mais melhorias

Jhefferson Gamarra e Cleber Gellio | 18/08/2022 13:43
Saguão do Aeroporto Internacional de Campo Grande após reforma (Foto: Marcos Maluf)
Saguão do Aeroporto Internacional de Campo Grande após reforma (Foto: Marcos Maluf)

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil ), órgão federal que regula a aviação civil no Brasil, leiloa nesta quinta-feira (18), a concessão de 15 aeroportos brasileiros, entre eles do de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã. A disputa, pelo lote de terminais aeroportuários será realizada na sede na B3, Bolsa de valores de São Paulo e terá apenas um consórcio interessado, a empresa espanhola Aena que já administra seis aeroportos no Nordeste.

Os aeroportos de Mato Grosso do Sul, fazem parte do bloco mais valioso do certame, composto também pelos aeroportos de Congonhas, em São Paulo (SP), Santarém, Marabá, Parauapebas e Altamira, no Pará (PA); Uberlândia, Uberaba e Montes Claros, em Minas Gerais (MG). A contribuição inicial mínima é de R$ 740,1 milhões. O valor estimado para todo o contrato é de R$ 11,6 bilhões. Após o arremate, os aeroportos serão concedidos à iniciativa privada por um período de 30 anos.

No caso de Campo Grande, a empresa arrematará um terminal aeroportuário recém-reformado, onde foram investidos quase R$ 40 milhões para readequações de toda área de embarque, desembarque, pista, parte de lanchonete e lojas. Entre os passageiros, a recente trouxe mais qualidade para os usuários e a possível privatização será a “cereja do bolo” para que o terminal se torne um dos mais importantes do País.

Passageiro Otávio Rabelo, 28 anos, que trabalha no setor de turismo e frequentemente usa o aeroporto da Capital (Foto: Marcos Maluf)
Passageiro Otávio Rabelo, 28 anos, que trabalha no setor de turismo e frequentemente usa o aeroporto da Capital (Foto: Marcos Maluf)

“A reforma poderia ter sido um pouco melhor, porém o espaço melhorou bastante. Acho que com a privatização vai melhorar bastante, com melhorias nas pistas e saguão. De forma geral beneficiará tanto quem utiliza e para quem trabalha. Se fizer aqui o que já é está em uso em Congonhas, mesmo sem privatizar, vai melhorar muito”, opinou Otávio Rabelo, 28 anos, que trabalha no setor de turismo e frequentemente passa pelo aeroporto de Campo Grande.

Evaldo Lelis Soares, 58 anos, sugere mais investimentos em equipamentos no aeroporto (Foto: Marcos Maluf)
Evaldo Lelis Soares, 58 anos, sugere mais investimentos em equipamentos no aeroporto (Foto: Marcos Maluf)

Para o administrador de empresas, Evaldo Lelis Soares, 58 anos, que frequentemente viaja a trabalho, a reforma do aeroporto poderia ter sido mais “caprichada”, mas atendeu a necessidade local. Com a privatização, a expectativa e de que o aeroporto tenha uma maior opção de voos, com destinos para os principais terminais do Brasil e equipamentos mais modernos.

“A expectativa é boa. Espero que tenha maior frequência de voos. A tendência é só melhorar, embora o serviço não seja ruim hoje. Espero que venha aparelhagem de pouso, pois às vezes a gente fica sem expectativa de pousar por motivo de falta de equipamentos. Espero que tenha investimentos em modernização para pousos e decolagens”, sugeriu o administrador.

Professora Maria Goeretti, 60 anos, espera que privatização atraia mais empresas para o terminal (Foto: Marcos Maluf)
Professora Maria Goeretti, 60 anos, espera que privatização atraia mais empresas para o terminal (Foto: Marcos Maluf)

Além de uma maior frequência de pousos e decolagens, a professora Maria Goeretti Matoso, 60 anos, confia que a concessão atrairá mais empresas, principalmente do ramo alimentício para dar mais opções aos passageiros que aguardam seus voos.

“Peguei o pico das obras. Fiquei por quase três horas presa aqui e a maior dificuldade foi com alimentação, pois não tinha onde comprar. Além da orientação aos usuários que também foi deficiente. Depois da reforma a avaliação positiva é para o espaço, mas ainda tem poucas opções de alimentação. A tendência também é que melhore os preços, pois geralmente é tudo caro”, frisou.

De acordo com a Anac, os 15 terminais em leilão representam 15,8% do total do tráfego de passageiros no Brasil, ou seja, cerca de 30 milhões de passageiros por ano. A assinatura dos contratos de concessão deverá ocorrer após a homologação do resultado, em data que ainda será definida.

Até o momento o programa de privatização de aeroportos do governo federal já repassou à iniciativa privada 77,5% do tráfego nacional entre os anos de 2011 e 2021. Com esta sétima rodada de leilões o percentual vai atingir 91,6% de passageiros atendidos em aeroportos concedidos no país.

Aena - Os espanhóis são responsáveis por administrar aeroportos nordestinos, como os de Recife e Maceió. Eles arremataram os terminais durante um leilão de concessões em 2019. Também atuam na Europa, como operadores do aeroporto de Madri, um dos principais do continente.

Apesar da experiência, o trabalho de privatização feito em Recife não teve boa avaliação dos usuários. O terminal pernambucano ficou em segundo lugar do país como o pior no ranking elaborado pelo Ministério da Infraestrutura.

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