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Capital

Parque terá lago recuperado, câmeras e carros elétricos para segurança

Espaço de 119 hectares terá cerca de R$ 10 milhões para revitalização do espelho d’água e ações de contenção

Humberto Marques e Mayara Bueno | 23/05/2019 16:27
Reinaldo destacou que obra resolverá em definitivo problema com depósito de sedimentos no lago do Parque das Nações Indígenas. (Foto: Kísie Ainoã)
Reinaldo destacou que obra resolverá em definitivo problema com depósito de sedimentos no lago do Parque das Nações Indígenas. (Foto: Kísie Ainoã)

Uma das tragédias ambientais que ficaram mais nítidas em Campo Grande nos últimos anos caminha para um desfecho. Na tarde desta quinta-feira (23), o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e o prefeito Marquinhos Trad (PSD) formalizaram o acordo que visa a recuperar o lago do Parque das Nações Indígenas –e que vem acompanhado de ações de revitalização do espaço, de 119 hectares, que incluem nova iluminação e a inclusão de carros elétricos na vigília.

O investimento total se aproxima dos R$ 10 milhões e, em sua fase inicial, deve concluir a retirada da areia do local em até 120 dias a partir do início dos serviços.

O espelho d’água, há anos, agoniza graças ao assoreamento, problema agravado com as últimas chuvas, que fizeram nascer um banco de areia que já foi palco de protestos e se tornou “cemitério” em manifestações que cobravam a revitalização de um dos mais conhecidos cartões-postais da cidade.

“É mais um passo positivo, responsável e maduro com o objetivo de devolver à população aquilo que lhe pertence”, afirmou o prefeito Marquinhos Trad (PSD), durante a assinatura do acordo. Segundo ele, o projeto é resultado de um trabalho técnico que, em um primeiro momento, prevê a retirada de 140 mil metros cúbicos de areia do lago, o equivalente a 21 mil caminhões de areia, “com todo o cuidado que os dois, prefeito e governador, têm agora, e outras gestões não tiveram o mesmo cuidado técnico”.

O prefeito ainda destacou que a obra representa “mais uma parceria entre prefeitura e governo em uma comunhão de ideias e propósitos entre os que querem o bem do Estado”. O fato também foi reforçado pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB), ao apontar a necessidade de uma solução definitiva ao problema. “Não é só retirar o sedimento. Se não fizer a contenção para reter, não vai resolver. E não é só transferência de dinheiro: são obras de estrutura que vão resolver”.

Marquinhos salientou que trabalho para revitalizar lago do parque envolve retirada de 21 mil caminhões de areia. (Foto: Kísie Ainoã)
Marquinhos salientou que trabalho para revitalizar lago do parque envolve retirada de 21 mil caminhões de areia. (Foto: Kísie Ainoã)

Lago – A assinatura do termo de cooperação nesta tarde finaliza tratativas iniciadas em março para solucionar o problema e impedir que ele se repita. Desde então, Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), pelo Estado, e a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), em nome da prefeitura, mapeavam as intervenções necessárias para a execução dos serviços. O projeto foi apresentado em abril, aguardando a aprovação.

O Imasul prevê repassar R$ 1,5 milhão à prefeitura para o desassoreamento do lago principal e do secundário, usado para a retenção dos sedimentos carreados pelo Córrego Réveillon –que não suportou o aumento no volume de terra transportada.

O serviço deve ser concluído em 120 dias, a partir de julho, com os 140 mil metros cúbicos de areia sendo levados até uma área próxima ao Autódromo Internacional, na saída para Três Lagoas. A areia do lago de sedimentos também será removida. “A obra começa pelo lago menor e, depois, vai para o maior, onde tem mais sedimentos”, destacou Rudi Fiorese, secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos da Capital.

Após o lado ser recuperado, a Sisep vai iniciar a revitalização dos danos físicos ao redor do lago do parque –com a construção de uma represa e revitalização do gramado, meios-fios e pavimentação, salientou Fiorese.

Lago secundário, usado para reter sedimentos, não suportou aumento nos depósitos. (Foto: Marina Pacheco/Arquivo)
Lago secundário, usado para reter sedimentos, não suportou aumento nos depósitos. (Foto: Marina Pacheco/Arquivo)

Prevenção – Os cerca de R$ 10 milhões do investimento devem atacar duas frentes em médio prazo, com a conclusão prevista em 24 meses, nas microbacias do Córrego Prosa e na rede de drenagem do Córrego Réveillon. A maior delas, que conforme estimativas do Imasul representa cerca de 90% do problema, será a construção de um piscinão no Réveillon, no encontro entre as Avenidas Mato Grosso e Hiroshima.

A estrutura servirá para amortecer enxurradas de bairros mais altos, como o Carandá e os Novos Estados, e conter os sedimentos levados pela água da chuva. Essa sujeira veio se acumulando ao longo dos anos, mas aumentou consideravelmente com o avanço das obras da Etapa D do Complexo Mata do Jacinto, com pavimentação e drenagem que coletou águas antes levadas para o Córrego Sóter –que por décadas enfrentou problemas com as enxurradas vindas dessa região, incluindo o estouro de barragens de contenção na década passada–, que escavaram as vias públicas.

Essa terra, levada pelo Réveillon, acabava alcançando o lago do Parque, uma vez que o lago secundário, projetado justamente para barrar os sedimentos, não suportou a quantidade a mais de detritos, que seguiram para o lago principal.

A segunda intervenção ocorrerá na região da Avenida do Poeta, no lado oposto ao Córrego Réveillon e dentro da reserva legal do Parque dos Poderes. Ali, enxurradas vindas de imóveis do bairro Cidade Jardim e imediações forçaram as margens do Córrego Joaquim Português –que com o Desbarrancado forma o Prosa. Uma barreira será instalada na região para proteger o córrego.

Carros elétricos serão usados no monitoramento do Parque das Nações Indígenas. (Foto: Kísie Ainoã)
Carros elétricos serão usados no monitoramento do Parque das Nações Indígenas. (Foto: Kísie Ainoã)

Mais ações – Secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck antecipou que caberá à Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) realizar as intervenções no Joaquim Português, no Parque Estadual do Prosa. Além disso, as obras contemplam a recuperação das pontes no Parque das Nações Indígenas e erosões na região.

Durante o ato, o governo estadual também fechou termo de cooperação com a Energisa para a substituição de 636 lâmpadas de vapor metálico de 250 watts no Parque das Nações Indígenas, que darão lugar a 136 projetores de LED de 120 watts. Marcelo Vinhaes, presidente da concessionária estadual, afirma que o sistema permitirá economia nos gastos com eletricidade e uma maior capacidade de iluminação. “O principal objetivo é trazer economia e segurança ao parque, que é um símbolo de Campo Grande, cartão-postal da cidade”. A instalação dos novos equipamentos começa na segunda-feira (27) e deve ser concluída em dois meses.

Verruck lembrou que as obras se somam a outras intervenções realizadas no parque, que incluem a reforma do Núcleo da Polícia Militar –que receberá dois carros elétricos para monitoramento interno e mais 14 câmeras de segurança, cujas imagens serão cedidas para a Guarda Civil Municipal–, bem como a revitalização da iluminação em outros trechos, em um investimento total de R$ 1,2 milhão no parque de 119 hectares.

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