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Capital

Pelo Facebook, líder de “Central de Inteligência” debochava de juízes

Augusto Maciel Ribeiro, o Abraão, foi alvo de ação que descobriu plano de execução a 12 servidores da segurança pública

Geisy Garnes | 22/03/2019 16:39
Augusto Maciel Ribeiro, o Abraão, aparece de camisa azul na foto (Foto: Paulo Francis)
Augusto Maciel Ribeiro, o Abraão, aparece de camisa azul na foto (Foto: Paulo Francis)

Policiais da Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado) identificaram postagens em que um dos líderes do plano de execução a 12 servidores da segurança pública debochava do poder judiciário e enaltecia o PCC (Primeiro Comando da Capital).

Em continuidade as investigações da Operação Impetus, equipes da especializada encontraram várias mensagens trocadas pelos internos identificados como coordenadores da “Central de Inteligência do PCC” com prints de postagens em que Augusto Maciel Ribeiro, o Abraão, debochava de juízes e exaltava Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder da facção.

Pelo Facebook, Abraão compartilhava matérias nacionais sobre o PCC e instigava os integrantes da facção a investirem contra servidores da segurança pública. “Um dia caça, outro do caçador, desse jeito”, escreve em uma das publicações encontradas pela polícia, feita em 2013.

Augusto, o Abraão, é apontado pela polícia como o autor dos áudios que ordena a criação da “Central de Inteligência” para obter dados pessoais e profissionais de servidores de segurança pública citados em uma lista de execução.

Em um dos trechos que a polícia teve acesso, Abraão afirma que precisa dos nomes dos “opressores da irmandade” e dos diretores dos presídios de Dois Irmão do Buriti, da Penitenciário de Segurança Máxima Jair Ferreira de Carvalho e da PED (Penitenciário Estadual de Dourados). Nas gravações, ele passa todas as orientações para Willyan Luiz de Figueiredo, o Daniel, interno da Máxima de Campo Grande.

"Daniel, eu preciso do levantamento do nome do diretor dos agentes mano, ai da Máxima nóis qué do Mohamed. Monta um serviço de inteligência com o Dentinho com os manos, entra no Facebook, vamos pesquisar Facebook deles com foto deles, dos agentes, dos diretores, entendeu meu truta. Nós precisa saber nome deles completo, fotos deles, levantamento completo. O "Resumo" está me cobrando. Tem como você me apoiar e trazer esse retorno (sic)”. ("Resumo" é quem tem o posto mais alto na facção).

Em outro trecho continua. “Ó vou te dar um caminho ai, vai nos brother do setor, tá ligado, pergunta ai mano, o nome do Mohamed, preciso só disso. Se puder apoiar com endereço, melhor ainda, mano. Ai é cheque. Manda pelo menos os nomes deles ai, nome do diretor da Máxima, da PED (Penitenciária Estadual de Dourados), vulgo dos agentes da PED, nome que é chamado no trabalho deles, Cezinha, não é? Alceu dos Santos, eles não são chamados assim? Traz o vulgo. Unidade massa, os opressores, Mohamed, seu Tião. (sic)”.

Abraão ainda orienta os internos a não cometerem os ataques até a autorização dos líderes da facção. “Se você conseguir colocar o nome do seu Tião completo, nome certo dos caras. Dos diretores a gente quer o nome deles, diretor de Dois Irmãos do Buriti, Máxima, PED. Traz essa parada ai, nós estamos em alerta, mano. Os irmãos até pediu pra segurar, pra não ripar agente agora na rua, não ripar os vermes, tá ligado mano, porque vai achar que é uma resposta em cima das transferências dos irmãos. Então está segurando. Não é pra ripar, já tem que ter tudo no pente, os irmãos vai mandar o suporte na hora que for a hora, vai ter que ser a hora daquele jeito, é responsa isso ai. (sic)”.

Os cinco 'líderes' do plano de ataque foram levados para a Deco. Três cumpriam pena na Máxima, na Capital e dois na PED, em Dourados. (Foto: Henrique Kawaminami)
Os cinco 'líderes' do plano de ataque foram levados para a Deco. Três cumpriam pena na Máxima, na Capital e dois na PED, em Dourados. (Foto: Henrique Kawaminami)

Operação - A Operação Impetus, organizada pela Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado), foi realizada na manhã de quarta-feira (20) e apontou que presos com funções de liderança dentro do PCC recrutaram internos integrantes da facção distribuídos entre os presídios fechado, aberto, semiaberto e alguns simpatizantes, para que levantassem de forma sigilosa dados pessoais e profissionais de servidores de segurança pública para executá-los.

Foram identificados 20 suspeitos de envolvimento com a ordem de execução, dois deles continuam foragidos.

Nesta manhã, foram levados a delegacia Augusto Macedo Ribeiro, o Abraão, Laudemir Costa dos Santos, o dentinho, Willyan Luiz de Figueiredo, o Daniel, Diego Duveza Lopes Nunes, o Pitbull, Wantensir Sampatti Nazareth, o Inverno e Maicron Selmo dos Santos, o Maestro. O grupo, segundo a polícia, tinha a função de liderança e era responsável pela central da facção. Eles serão indiciados pelos crimes de ameaça e organização criminosa

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