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Capital

Pesquisa em MS irá coletar amostras de 100 cães e gatos para rastrear a covid-19

Coleta das amostras dos pets será feita preferencialmente nas casas de pessoas infectadas, com vírus ativo

Silvia Frias | 20/10/2020 11:48
Coleta feita por pesquisadores da UFPR e que será realizada em Campo Grande (Foto/Acervo: Alexander Biondo/UFPR)
Coleta feita por pesquisadores da UFPR e que será realizada em Campo Grande (Foto/Acervo: Alexander Biondo/UFPR)

O rastreamento da infecção por covid-19 entre animais de estimação é objeto de pesquisa de grupo dos cursos de Medicina Veterinária e Medicina da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). A coleta de amostras será feita em 100 pets de famílias em Campo Grande para identificar possível transmissão da doença.

Até agora, o único caso de infecção pelo novo coronavírus entre animais domésticos foi identificado em uma gata, em Cuiabá (MT). Por conta da descoberta, a UFMT também passa a integrar a pesquisa, coordenada pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), que já conta com participação de profissionais de Campo Grande, Recife (PE), Belo Horizonte (MG) e São Paulo (SP).

Em Campo Grande, o trabalho é coordenado pela professora Juliana Galhardo, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia.

Juliana explicou que o trabalho será de vigilância dos pets, especificamente, cães e gatos. Preferencialmente, o monitoramento será feito em casas onde há casos diagnosticados de covid-19, até sete dias após atestar a doença, via RT-PCR (teste ouro, com coleta pelo nariz). Não sendo possível a coleta dentro desse perfil, a pesquisa também pode abranger quem já teve a doença e está curado.

Os pesquisadores vão coletar amostras de sangue e swab para teste de anticorpos e molecular (PCR). Caso o animal seja de pequeno porte, sendo bastante incômodo recolher material com o bastão pelas narinas, a coleta pode ser via oral.

“Vamos fazer a coleta, entrevista e retornar à casa da pessoa depois de 7 a 15 dias para ver se há mudança no diagnóstico do animal”, explica Juliana.

A intenção é averiguar a transmissão da doença do humano para os pets, se os animais desenvolveram algum sintoma compatível com a doença ou se houve mudança no perfil de anticorpos ou isolamento do vírus, em caso de detecção. “Tudo isso faz parte do pensamento do conceito de saúde única, que reúne saúde humana, animal e ambiental”, disse Juliana.

No total, serão mil animais avaliados em todas as capitais envolvidas no projeto da UFPR, sendo o primeiro estudo do gênero em país tropical, de acordo com dados da assessoria da universidade. “O estudo pode dar resposta definitiva sobre a susceptibilidade e o papel de cães e gatos como reservatórios do vírus”, explicou o coordenador do projeto, Alexander Biondo, do departamento de Medicina Veterinária da UFPR.

Voluntários – O trabalho em Campo Grande ainda não começou, pois depende do envio do material a ser usado na coleta de amostra dos animais domésticos, o que deve acontecer ainda este mês.

A partir da chegada do material, os pesquisadores vão divulgar email para que os voluntários possam enviar dados para inscrição. Serão coletadas amostras de um animal de 100 núcleos familiares, mas, na hipótese de detecção de caso positivo entre animais, outros pets da casa também podem ser avaliados.

Juliana Galhardo explica que não há caso conhecido de transmissão da covid-19 de animais para humanos. Por isso, alerta para o desnecessário abandono de pets, principalmente de gatos, situação registrada desde o início da pandemia do coronavírus.

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