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Capital

Pistoleiro confessa ter matado em emboscada para quitar dívida de R$ 300 mil

Réu disse em julgamento que o crime foi encomendado pelo dono de uma carga de cigarros

Por Bruna Marques e Dayene Paz | 31/10/2025 09:41
Pistoleiro confessa ter matado em emboscada para quitar dívida de R$ 300 mil
André Maia Tavares Vasconcelos, de camiseta branca, no banco do réu (Foto: Dayene Paz)

Durante julgamento no Tribunal do Júri da 2ª Vara de Campo Grande, na manhã desta sexta-feira (31), André Maia Tavares Vasconcelos, de 42 anos, confessou ter matado Júnior Ferreira de Souza na noite de 13 de dezembro de 2024. Segundo o réu, o crime foi cometido a mando de Maciel Ferreira Gaúna, a quem devia R$ 300 mil referentes a uma carga de cigarro perdida.

RESUMO

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Em julgamento no Tribunal do Júri de Campo Grande, André Maia Tavares Vasconcelos, 42 anos, confessou ter assassinado Júnior Ferreira de Souza em dezembro de 2024. O crime foi encomendado por Maciel Ferreira Gaúna, a quem André devia R$ 300 mil por uma carga de cigarro perdida. O assassinato ocorreu no Bairro Universitário, registrado por câmeras de segurança. André abordou a vítima simulando interesse em comprar drogas e efetuou quatro disparos. A vítima foi atingida na bochecha e nas costas, falecendo durante o atendimento médico. O réu responde por homicídio qualificado, com diversos antecedentes criminais.

Em depoimento, André relatou que, à época do crime, havia saído do presídio e estava trabalhando em Bonito, onde permaneceu por dois meses. Lá, reencontrou Maciel, a quem admitiu dever o dinheiro.

“Maciel disse que, de um jeito ou de outro, eu teria que pagar. Depois de alguns dias, ele me disse que tinha uma pessoa para matar em Campo Grande e que, se eu fizesse isso, a dívida estaria quitada”, contou o réu.

André afirmou que inicialmente recusou a proposta. “Briguei com minha companheira na época e fui para Ponta Porã. Passado um tempo, ele ofereceu de novo e aí aceitei”, disse.

Após aceitar a oferta, André foi trazido por Maciel a Campo Grande, onde ficou hospedado em uma pousada em frente à casa da vítima. De acordo com seu relato, a arma usada no assassinato foi fornecida pelo próprio mandante.

“Não conhecia essa pessoa (a vítima), só tinha a foto. No dia do crime, fui até ele dizendo que queria comprar droga. Ele me colocou na garupa da moto, mas Maciel disse que queria ver-me matar. Fiquei conversando até ele passar de carro e, então, fiz os disparos”, detalhou André.

O réu disse ter disparado quatro vezes contra Júnior. Após o crime, contou ter recebido ajuda de Maciel para fugir. “Ele me deu fuga para outro hotel, no centro de Campo Grande. Perdi a carteira na fuga e a esposa dele pagou o hotel. No outro dia, ele mandou eu me virar para voltar a Ponta Porã.”

Cinco dias depois, André retornou a Campo Grande e foi abordado por policiais da DHPP (Delegacia Especializada de Repressão a Homicídios e de Proteção à Pessoa).

“Apresentei documento falso, mas o delegado disse que sabia quem eu era. Aí falei que matei”, relatou. Ele ainda afirmou que foi informado de que Maciel havia sido preso no dia seguinte, mas acabou solto.

Durante a sessão, o juiz Aluizio Pereira dos Santos destacou que o réu confessou o crime não apenas em juízo, mas também na delegacia e nas audiências anteriores.

André responde por homicídio qualificado por promessa de recompensa, dissimulação e concurso de pessoas. Ele também possui antecedentes por tráfico de drogas, tentativa de homicídio, furto, extorsão, perseguição e ameaça.

O MPE (Ministério Público Estadual) acusa Maciel Ferreira Gaúna de ser o mandante, de ter fornecido a arma, e André de ser o executor. A promotoria sustenta que ambos agiram por motivo torpe, mediante promessa de pagamento e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.

O crime – O assassinato aconteceu no Bairro Universitário, em Campo Grande, e foi registrado por câmeras de segurança. As imagens mostram o momento em que a vítima para a moto; o passageiro desce e dispara várias vezes.

Um cabo da Polícia Militar, morador da região, ouviu os tiros e prestou os primeiros socorros até a chegada do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

Durante o atendimento, os socorristas constataram que Júnior Ferreira de Souza havia sido atingido na bochecha e nas costas. Ele sofreu parada cardiorrespiratória e morreu dentro da ambulância.

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