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Capital

Polícia ainda vai ouvir 3 pessoas antes de indiciar aluno do IFMS por racismo

José Evaristo Diel Freitas teria dito para colega que o colocaria para "assar" porque ele não é ariano

Anahi Zurutuza | 05/04/2022 18:51
Aluno vítima de racismo mostra tema de protesto realizado pelo Instituto Federal após caso repercutir. (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)
Aluno vítima de racismo mostra tema de protesto realizado pelo Instituto Federal após caso repercutir. (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)

O delegado Marcelo Damaceno, da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), ainda vai ouvir mais três testemunhas antes de concluir o inquérito aberto contra José Evaristo Diel Freitas, de 18 anos, aluno do IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) acusado de espalhar medo e incitar o ódio contra negros na instituição. O responsável pela investigação, contudo, já fechou entendimento de que o estudante cometeu injúria racial, previsto no parágrafo 3º do artigo 140 do Código Penal.

O delegado afirma que não há elementos legais suficientes para formular pedido de prisão contra o acadêmico, mas garantiu que a investigação está no fim. “Assim que concluído, vou mandar para o MP [Ministério Público].”

A denúncia - Boletim de ocorrência por ameaça e injúria racial foi registrado por mães das vítimas em 28 de fevereiro informa que o estudante disse que o “IF é um local propício para um massacre. Eu tenho uma lista de quem eu mataria”.

De acordo com a denúncia, formalizada na Depac Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), o estudante afirma que a primeira vítima seria um colega de 18 anos, por ser “negro e maior”. O segundo ataque seria contra outro estudante de 16 anos, porque é negro. Já um terceiro colega seria torturado.

Ainda conforme o boletim de ocorrência, os três estudantes alvos da ameaça são negros. Eles revelaram às mães que “por vezes, já presenciaram o estudante fazendo declarações preconceituosas e por diversas vezes se autointitula nazista”.

Os estudantes costumam jogar online e o autor das ameaças, durante bate-papo, afirmou a uma das vítimas: “Tu não é ariano, te coloco para assar”. Os neonazistas resgatam a ideia de supremacia racial, com crença na “superioridade” dos arianos (brancos).

José Evaristo Diel Freitas foi ouvido ao lado do pai e advogado, José Evaristo de Freitas. Ele nega todas as acusações.

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