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Capital

Carga de 30 quilos de maconha era disfarçada em embalagens de queijo premiado

O flagrante aconteceu em transportadora de Campo Grande, que preparava os “produtos” para despachar em avião para Salvador (BA)

Anahi Zurutuza | 27/10/2020 13:20
Traficantes usavam cheiro do queijo para "temperar" odor da maconha, afirma delegado (Foto: Denar/Divulgação)
Traficantes usavam cheiro do queijo para "temperar" odor da maconha, afirma delegado (Foto: Denar/Divulgação)

A Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico) apreendeu na manhã desta terça-feira (27) carga com 30 kg de maconha que estava escondida em pacotes de queijo. O flagrante aconteceu em transportadora de Campo Grande, que preparava os “produtos” para despachar em avião para Salvador, na Bahia.

“Trata-se de apreensão inusitada aos olhos da Denar”, afirma o titular da especializada, Hoffman D'Ávila Cândido e Sousa.

De acordo com o delegado, o método usado pelos traficantes tem objetivo de disfarçar o cheiro da maconha e garantir que o entorpecente passe pelos sistemas de fiscalização facilmente. “A finalidade é minimizar, temperar o odor da droga, mas a Denar está atenta a essa tipo de artimanhas”.

Remetente e destinatário da “encomenda” ainda não foram identificados. “Estamos investigando”, disse o delegado.

Disfarce - Os queijos, aparentemente do tipo apimentado, estavam embalados a vácuo em plástico com rótulo de marca famosa e premiada de Mato Grosso do Sul. No meio de cada um deles, estavam os tabletes de maconha.

A polícia também investiga se os queijos são "réplicas", com a logomarca e documentação falsificada, por exemplo.

Em julho de 2019, Bolsonaro experimentou o queijo de MS levado a evento pela senadora Soraya Thronicke (Foto: Redes sociais/Reprodução) 
Em julho de 2019, Bolsonaro experimentou o queijo de MS levado a evento pela senadora Soraya Thronicke (Foto: Redes sociais/Reprodução)

A marca - Fabricado artesanalmente em Paraíso das Águas, cidade do nordeste de Mato Grosso do Sul, próximo à divisa com Goiás, o Queijo Brun teve o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como garoto propaganda. Em julho de 2019, a sanção da lei que liberou a comercialização do queijo artesanal para todo o País e exterior foi degustando a iguaria, produzida há 20 anos no Estado.

Filha de Álido Brun, de 85 anos, o criador da marca, Silvana Brun, de 50 anos, foi surpreendida com a notícia. "Nunca tinha acontecido algo parecido".

Ela descarta a possibilidade de participação de algum funcionário. "A produção eu praticamente faço sozinha", explica.

Segundo Silvana, prova de que os queijos são falsos é que ela não fabrica o produto em formato quadrado. É também ela quem cuida das encomendas e explica que, mesmo após o "merchan" do presidente, as vendas são quase que exclusivamente na região - raramente são despachadas cargas para fora do Estado.

A empresária até achou graça da ousadia dos traficantes, mas afirma que fará contato com a delegacia e se necessário, levará até lá, o queijo fabricado na propriedade rural da família para a comparação de amostras.


*Matéria alterada às 13h56 para acréscimo de informações.

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