Polícia descarta suspeita de racha e não investiga acidente
Relatada por condutor à reportagem, suspeita não chegou à polícia. Local não teve perícia
A Polícia Civil ainda não iniciou investigações sobre o grave acidente na Avenida Consul Assaf Trad, na saída para Cuiabá, envolvendo três veículos e que resultou em seis vítimas, incluindo uma criança. A cena no local foi de tragédia, embora todos tenham sobrevivido.
Até o momento, segundo apurado, não chegou nada à polícia sobre possível racha. O acidente ocorreu no mês passado, 18 de dezembro e chegou a causar congestionamento de quase dois quilômetros em um dos lados da via.
Conforme o delegado que esteve de supervisão na data do acidente, Enilton Zalla, no local não foi levantada suspeita de racha. De acordo com ele, perícia em locais de acidentes de trânsito só é feita normalmente em casos que envolvem morte e por isso não houve esse procedimento.
Ainda conforme a autoridade policial, a investigação de casos na região cabe à 2ª Delegacia de Polícia Civil, mas não há procedimento sobre esse episódio na unidade ainda.
No dia, o condutor da caminhonete, Carlos Alberto Barbosa da Costa, contou ao Campo Grande News que suspeitava que os outros carros estavam disputando racha.
No boletim de ocorrência registrado pela equipe do Batalhão de Polícia Militar de Trânsito também não foi relatada essa suspeita. Consta apenas a possível dinâmica do acidente e que o condutor da caminhonete não possuía habilitação. Além disso, ele teve o veículo recolhido ao pátio do Detran (Departamento Estadual de Trânsito).
Conforme o BPMTran, ambos motoristas dos carros são primos.
Acidente- Na noite de sexta-feira, 18 de dezembro, conforme apurado pela reportagem, dois carros, um Vectra e um Astra seguiam pela Avenida sentido ao Shopping Bosque dos Ipês, quando uma caminhonete L200 teria fazia o retorno para entrar na avenida e foi atingida pelo Astra.
Com a força do impacto a caminhonete capotou e parou de lado no meio da pista. Diante da batida o condutor de um Vectra, que também seguia na mesma direção, perdeu o controle, invadiu o canteiro central e derrubou um poste.
Na caminhonete estavam dois adultos e uma menina, de apenas 4 anos, que foi lançada para fora do veículo. Apesar do susto a criança passa bem.
O condutor do Astra Anderson Ferreira da Silva de 27 anos, que estava com o irmão no momento da batida, contou que o condutor da caminhonete teria invadido a preferencial.
Já Carlos Alberto Barbosa da Costa afirmou a suspeita de racha. “Eu entrei na avenida e nós não vimos esses dois carros, eu acho que eles estavam apostando um racha”, comentou.
Todas as seis vítimas foram socorridas pelo Corpo de Bombeiros.
Após a batida houve vazamento de combustível, mas um trator foi utilizado para jogar areia no local.
Sinalização- No inicio da semana seguinte ao acidente, moradores e trabalhadores da região questionaram a falta de redutores de velocidade na Avenida que compreende cerca de 2 km entre a Rua Ana Rosa Castilho Ocampos até a Avenida Geraldo Ruben Zelada Cafure.
O eletricista Claudinei Sales Furtado, de 49 anos, relata que durante o dia é raro ver acidente e a noite a noite “o povo escapa bastante de bater”. “Acho que é só porque aqui era para ter muito mais acidente. O que complica mais é na altura do shopping”, diz. “Não vejo muito jeito [de melhorar] só com sinaleiro porque as vezes nem isso respeitam. Talvez devessem colocar radar de velocidade”, completa o eletricista.
O autônomo Reginaldo Prado, de 42 anos, conta que sempre precisa usar a ciclofaixa e não se considera seguro passando pelo local. “Até para gente que vai de bicicleta é bem perigoso. Quando precisa atravessar as ruas dá bastante medo porque todo mundo sabe que o povo vem rápido”, diz.
Ao Campo Grande News, o diretor-presidente Janine de Lima Bruno afirmou que a via receberá obras para corredores de ônibus, assim o local deve ficar “com muitas mudanças com relação ao que se apresenta hoje”.
