Polícia investiga se servidores ajudaram em golpes de presos na OLX
A Polícia Civil confirmou que há alguns indícios e algumas medidas estão sendo averiguadas
A Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado) investiga participação de policiais penais, como os antigos agentes penitenciários são chamados agora, por lei, em série de golpes feitos pela internet por presos do Centro de Triagem, localizado no Complexo Penitenciário, no Jardim Noroeste, em Campo Grande.
Segundo a delegada Ana Cláudia Medina, que investiga o caso, há alguns indícios e medidas estão sendo tomadas nesse sentido. Segundo a polícia, vem tratando o assunto com a vara de execuções penais e também com a corregedoria da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário). “Estamos apurando algumas denúncias que chegaram de forma anônima, bem como algumas situações que foram verificadas”, disse a autoridade policial.
Indagada sobre o assunto, a Agepen, por meio da assessoria de imprensa, disse que contribui com as investigações e aguarda o andamento das apurações.
Caso - Investigação identificou oito presos do Centro de Triagem como autores da série de golpes feitos pela internet em Campo Grande. Já foram identificados mais de 350 boletins de ocorrência contra a quadrilha. Os integrantes foram transferidos para a Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira e isolados em celas disciplinares.
As investigações revelaram que com celulares os internos conseguiam acesso à um site internacional e de lá copiavam documentos digitalizados de outras pessoas. Posteriormente usavam os dados em cadastros no site OLX. Com as contas falsas, negociavam todos os tipos de produtos e enviavam aos vendedores comprovantes bancários, muitas vezes até autentificados, editado por eles.
Através dos golpes, os internos conseguiam adquirir diversos tipos de produtos, como pizzas, cestas básicas, cestas de café da manhã, buquê de flores, kits de maquiagem, instrumentos musicais, notebooks, motosserra e até veículos.