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Capital

Policiais negam tortura em audiência com acusados de decapitar rapaz

Delegado titular e seis policiais que atuam em delegacia da Capital foram ouvidos nesta tarde; todos negaram maus-tratos contra suspeitos

Liniker Ribeiro | 15/06/2018 17:14
Delegado titular da DEH durante audiência nesta sexta-feira (Foto: Liniker Ribeiro)
Delegado titular da DEH durante audiência nesta sexta-feira (Foto: Liniker Ribeiro)

O delegado titular da DEH (Del. Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios), Márcio Shiro Obara, negou ter ocorrido tortura ou qualquer tipo de maus-tratos por parte de polícias contra os suspeitos de terem envolvimento na morte de Rudnei da Silva Rocha, 22 anos, o 'Babidi'. A vítima foi encontrada decapitada, com mãos e pés amarrados, na cachoeira do Céuzinho, em novembro do ano passado, na Capital.

Depois de confessar o crime, eles alegaram tortura durante os primeiros depoimentos sobre o caso. O delegado foi ouvido, na tarde desta sexta-feira (15), pelo juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Carlos Alberto Garcete de Almeida.

"Todas essas alegações de tortura e maus-tratos desta delegacia são inverídicas", afirmou o delegado ao destacar que os procedimentos adotados durante prisão dos suspeitos foram semelhantes a qualquer outro caso.

Outros seis policias, que atuam inclusive como investigadores na unidade, também prestaram esclarecimentos. Todos confirmaram a versão de Obara e negaram tortura contra o grupo.

Os policiais também afirmaram que o discurso usado por parte dos suspeitos, seria semelhante a uma orientação aos membros do PCC (Primeiro Comando da Capital), associação no qual o grupo é suspeito de integrar. "Tempos atrás teve a orientação de advogados do PCC orientando os membros da organização a dizerem, todas as vezes que forem presos, que foram torturados", relatou um dos investigadores ouvidos.

Ainda segundo ele, essa situação pode ser comprovada por meio de documentações que circulam no setor de inteligência da Polícia.

Dos suspeitos presos, Mike Davison Medeiros da Silva Lima, 19 anos, e Lucas Carmona de Souza, 20 anos, negaram ter sofrido algum tipo de represália por parte da equipe policial, mas ao menos três réus afirmaram em audiência, na semana passada, terem sido torturados por policiais para assumirem o crime.

A versão foi contestada pelos integrantes da DEH, que relataram ainda que ambos passaram por exames de corpo de delito.

Interrogatórios - Os advogados de defesa também questionaram o delegado da DEH quanto à falta de materiais audiovisuais dos depoimentos dos réus. "Gravamos, não totalmente, mas parte deles. Não temos equipamentos específicos e, quando isso acontece, é por meio de equipamentos próprios", explicou Obara.

Segundo ele, ao menos dois dos interrogatórios foram registrados por meio de vídeos gravados por aparelhos celulares de policiais da unidade. Os materiais apenas não teriam sido disponibilizados por não terem sido solicitados.

Por cota disso, o juiz determinou prazo de cinco dias para que todos os documentos e vídeos dos interrogatórios sejam entregues no prazo máximo de cinco dias. Após isso, Ministério Público e Defesa devem se pronunciar.

Negações - Além do crime, todos os suspeitos ouvidos durante audiência na sexta-feira da semana passada negaram envolvimento com o PCC. Ao todo, sete pessoas respondem pela morte de Babidi: Lucas Carmona de Souza, 20 anos, Valdeir Lourenço, 44 anos, Rodrigo Roberto Rodrigues, 18 anos, Roberto Railson Maia da Silva, 21 anos, Cristina Gomes Nogueira Rodrigues, 31 anos, Mike Davison Medeiros da Silva Lima, 19 anos e Ayumi Chaves da Silva.

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