Praga do calor, besouros incomodam moradores e comerciantes em Campo Grande
Nesta semana, moradores de Corumbá enviaram imagens de queimaduras causadas por eles
A presença crescente de besouros em residências e estabelecimentos comerciais tem causado incômodo a moradores de diferentes bairros de Campo Grande desde a semana passada. A infestação, intensificada com o período de calor e chuvas, tem sido percebida em várias regiões da capital.
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Moradores e comerciantes de Campo Grande enfrentam uma infestação de besouros, intensificada pelo calor e chuvas recentes. A presença dos insetos tem causado incômodo em residências e estabelecimentos, especialmente em bairros como Coophatrabalho. Algumas espécies, como o besouro bombardeiro, podem causar queimaduras em humanos e animais. Pesquisadores da UFMS atribuem o surto ao desmatamento, monoculturas e mudanças climáticas, além da redução de predadores naturais. Enquanto isso, a população busca maneiras de lidar com a situação, apesar da dificuldade em controlar a proliferação dos insetos.
Esse tipo de besouro libera substâncias irritantes quando entra em contato com a pele ou é esmagado. Esse mecanismo de defesa é suficiente para provocar queimaduras de 1º e 2º grau em pessoas e animais.
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No bairro Coophatrabalho, a moradora Kellyn Teixeira relata que os insetos têm aparecido com frequência. Embora não cheguem a formar enxames, a presença deles gera incômodo.
“Eu vejo que eles ficam muito atrás da luz também, iguais aos bichinhos de luz. Aí apago todas as luzes e deixo eles irem embora sozinhos”, conta. Para ela, o aumento está diretamente ligado ao clima: “Acredito que eles vêm por conta da época, porque está tendo muita chuva e calor. Tempo abafado, é comum ter mais insetos assim nessa época do ano”.
Nos comércios, o incômodo também é evidente. O fisioterapeuta Paulo Leite, proprietário de um estúdio de pilates, de 32 anos, afirma que está encontrando nos últimos dias diversos besouros logo pela manhã.
“Quando chego já tem vários. Preciso juntar todos e jogá-los fora. Às vezes alguns passam despercebidos e, quando um aluno vai usar o aparelho, tem um besouro lá”, descreve. Ele relata ainda que o trabalho de retirada é contínuo: “Não tem muito o que ser feito; retiramos durante o dia e, no dia seguinte, já tem o dobro”.
O fenômeno também tem acontecido em outras cidades de Mato Grosso do Sul, com registros de queimaduras em moradores de Corumbá (MS) e Dourados (MS)
De acordo com pesquisadores do Núcleo de Pesquisas de Invertebrados da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), o besouro, que pode medir até 2 centímetros, é comum em regiões com clima quente e úmido.
O professor Fabiano Abreu, biólogo e integrante do núcleo, explica que há um surto populacional da espécie na área urbana.
Ele aponta possíveis causas: “Desmatamento e fragmentação de florestas, monoculturas de soja e milho que perturbam o ambiente natural, e as variações de temperatura nesse contexto de mudanças climáticas”.
Outro fator é a redução dos predadores naturais dos besouros, como sapos e lagartixas.
Sintomas imediatos
Ao ser esmagado, o efeito na pele da pessoa é imediato. Fica avermelhada, arde e, em alguns casos, surgem bolhas semelhantes às causadas por calor. Embora as lesões costumem ser localizadas e de menor gravidade, o incômodo é grande e exige cuidado.
Especialistas recomendam lavar a área com água e sabão assim que houver contato, evitar coçar e procurar orientação médica se a queimadura for extensa, dolorosa ou mostrar sinais de infecção.
O risco maior está justamente na falta de percepção. Muitos moradores só notam o inseto depois de sentir a ardência, porque o besouro é pequeno, mede cerca de 2 centímetros e costuma se camuflar em ambientes domésticos, atraído pela luz.
Apesar do desconforto, não há motivo para pânico. A orientação geral é evitar esmagá-los na pele e manter os ambientes bem iluminados apenas quando necessário. Com o clima mais estável, a tendência é que a população desses besouros diminua e o risco de queimaduras também reduza.
Confira a galeria de imagens:







