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Capital

"Preciso de advogado", disse militar à vizinha ao ser indagado se queria ajuda

Tamerson Ribeiro Lima, 31 anos, foi preso em flagrante por feminicídio e ocultação de cadáver

Viviane Oliveira e Bruna Marques | 08/02/2022 10:32
Casa onde o casal morava em bairro da periferia de Campo Grande. (Foto: Marcos Maluf)
Casa onde o casal morava em bairro da periferia de Campo Grande. (Foto: Marcos Maluf)

“Preciso só de um advogado”, disse o sargento da Aeronáutica Tamerson Ribeiro Lima de Souza, 31 anos, ao ser questionado pela vizinha se precisava de ajuda, na manhã de ontem (7), pouco antes de ser preso por policiais do GOI (Grupo de Operações e Investigações) da Polícia Civil.

Segundo a vizinha, no domingo à noite, ao chegar da igreja, por volta das 22h, encontrou o portão de Tamerson aberto e cerca de quatro homens dentro da casa conversando com o militar. Eram policiais civis com viatura descaracterizada. Como a mulher não sabia o que havia acontecido, ficou observando e percebeu que o militar chorava muito durante a conversa e dizia: “Não faz isso, eu tenho família”, contou.

Foto do casal postada por Natalin em rede social. (Foto: Reprodução / Facebook)
Foto do casal postada por Natalin em rede social. (Foto: Reprodução / Facebook)

Na sequência, conforme a vizinha, os homens saíram levando o carro dele, um Fiat Punto, de cor azul, mas não levaram o rapaz preso. Preocupada, ontem de manhã, a vizinha perguntou para Tamerson se estava tudo bem. “Ele disse que não, pois estava passando por problemas no casamento, estava com depressão e o Conselho Tutelar havia tirado a filha dele”.

“Ele disse que talvez teria a carreira militar encerrada e, ao ser questionado se precisava de ajuda, respondeu: “Estou precisando de um advogado”. Depois disso, Tamerson vestiu o uniforme da Base Aérea e saiu para o trabalho.

A vizinha só ficou sabendo o que havia acontecido no período da tarde, quando o militar foi preso no serviço, por feminicídio e ocultação de cadáver. Segundo a moradora, o casal brigava muito, inclusive, em uma das ocasiões, chegou a chamar a polícia. “Tinha vez que eu ficava até preocupada com a criança. Ela chorava muito quando os dois começavam a brigar”, contou.

Tamerson não foi preso no domingo à noite, quando os policiais estiveram na casa dele, porque como o crime havia acontecido na sexta-feira, a delegada plantonista entendeu que não estava configurado o flagrante. Porém, a autoridade policial que ficou com o caso, por entender que a ocultação de cadáver tem natureza permanente, pediu que fosse dada voz de prisão ao autor. Por isso, o militar foi detido só por volta das 14h de ontem (7), no serviço.

Brutal – O corpo de Natalin, estrangulada até a morte pelo esposo, apresentava marcas de queimaduras. Conforme o auto de prisão em flagrante, após a vítima ser identificada no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), foi informado de que a possível causa da morte seria asfixia por estrangulamento. Além de estar com uma fratura no braço e o pescoço quebrado, a vítima tinha ferimentos, principalmente nas pernas, parecidas com queimaduras de ponta de cigarro.

Antes de desovar o corpo - Tamerson deixou o corpo da mulher no carro antes de desova-lo e chegou a levar a filha de 4 anos para a escola com o cadáver da mãe enrolado em um lençol no porta-malas.

Conforme a investigação, Natalin foi assassinada na madrugada de sexta-feira (4) e o corpo foi encontrado pelo funcionário de uma fazenda, no matagal ao lado da porteira de entrada de uma propriedade rural, no Km 372 da BR-060, na tarde de domingo (6). Ela não portava documentos e foi identificada só depois.

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