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Capital

Prefeitura mantém geradores e polêmica sobre destino de favela continua

Alan Diógenes | 21/11/2014 19:00
Ao todo, 10 quadras com 20 lotes foram limpos para receber as famílias no Jardim Noroeste. (Foto: Pedro Peralta)
Ao todo, 10 quadras com 20 lotes foram limpos para receber as famílias no Jardim Noroeste. (Foto: Pedro Peralta)

Após retirar os geradores de energia elétrica, que abastecia a favela Cidade de Deus, na região do Dom Antônio, a prefeitura voltou atrás e os colocou de volta. Segundo moradores do local, os geradores devem ficar por mais 90 dias até que seja confirmada a transferência das famílias para o Jardim Noroeste.

A decisão da transferência das famílias tem provocado polêmica. Até o MPE (Ministério Público Estadual) abriu uma ação para apurar a situação. Conforme a medida publicada no Diário Oficial do órgão, desta sexta-feira (21), um inquérito vai investigar o direito de respeito e dignidade da pessoa humana e cidadania dos moradores da comunidade.

O catador de materiais recicláveis Julianderson Castro Afosnso, 30 anos, que mora na Cidade de Deus, disse que a prefeitura quer transferir as famílias para uma área no Jardim Noroeste, mas vai dar subsídios apenas para que elas construam novos barracos. “Eles vão nos dar kit barracos, ou seja, madeiras e telhas. Desse jeito a gente não quer, queremos casas de alvenaria. Não faz sentido tirar a favela daqui e criar outra lá”, explicou.

Os moradores do Conjunto Leon Denizart Conte, ao lado do Jardim Noroeste, também são contrários a transferência das famílias para a região. É o caso da presidente do Clube das, Mary Deleon, 48. “Aqui nós já temos 200 famílias acampadas. A prefeitura tem que resolver primeiro o problema daqui, para depois trazer outras famílias. Se eles vierem para cá, isso vai virar um caos”, comentou.

Na tarde desta sexta-feira (21) um grupo de 20 pessoas estiveram reunidas no bairro para estudar uma nova forma de impedir a transferência das famílias. O presidente do bairro, Carlos Henrique, pretende levar a reivindicação da população aos deputados, na Assembleia Legislativa do Estado.

“Nós vamos tomar as medidas necessárias para impedir essa transferência. Aqui não tem estrutura suficiente como: creches, escolas e empregos para receber estas famílias. Se isso acontecer vai haver um colapso geral”, apontou Carlos.

Segundo o presidente do bairro, 10 quadras com 20 lotes estão reservadas no Jardim Noroeste para receber as famílias. O Campo Grande News constatou nesta tarde que as quadras já foram demarcadas e até mesmo cavaletes de água já estão instalados.

Presidente de bairro vai recorrer a deputados para evitar transferência de favela. (Foto: Pedro Peralta)
Presidente de bairro vai recorrer a deputados para evitar transferência de favela. (Foto: Pedro Peralta)
Mary disse que bairro não tem estrutura para receber famílias. (Foto: Pedro Peralta)
Mary disse que bairro não tem estrutura para receber famílias. (Foto: Pedro Peralta)
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