Prefeitura quer novo estacionamento rotativo, mas disputa trava lançamento
Sistema moderno com sensores nas vagas e fiscalização eletrônica depende de definição na Justiça
A Prefeitura de Campo Grande afirma que tem interesse em retomar o estacionamento rotativo, mas reconhece que o processo segue paralisado pela disputa judicial com a Metropark Administração Ltda, antiga gestora da Flexpark. O contrato foi encerrado em março de 2022 e deixou como herança um saldo de R$ 3,5 milhões em créditos de usuários, cuja destinação está em debate na Justiça.
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A Prefeitura de Campo Grande planeja retomar o estacionamento rotativo, mas o processo está paralisado devido a uma disputa judicial com a Metropark, antiga gestora do sistema. O contrato foi encerrado em 2022, deixando R$ 3,5 milhões em créditos de usuários sem destinação definida. A Agetran aguarda segurança jurídica para lançar um novo edital, enquanto a Justiça analisa o caso. O projeto prevê 3 mil vagas sensorizadas no centro, com expansão para 6,2 mil em seis anos, além de parquímetros multivagas e fiscalização automatizada. O aplicativo integrado permitirá pagamentos e consultas em tempo real. A prefeitura também planeja expandir o serviço para bairros comerciais, como Moreninhas e Aero Rancho, conforme a demanda crescente.
A diretora-adjunta da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Andrea Figueiredo, explica que o impasse impede a publicação de um novo edital. “A prefeita e toda a equipe têm o maior desejo de colocar isso para funcionar, mas precisamos de segurança jurídica para lançar um contrato viável. Não estamos na inércia”, afirmou em entrevista concedida ao Campo Grande News na última sexta-feira (12).
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Segundo ela, o decreto editado na gestão anterior previa que os créditos poderiam ser aproveitados pela nova concessionária, mas apenas R$ 250 mil foram ressarcidos. “A empresa fechou, não prestou contas. Entramos na Justiça pedindo a devolução e a sentença chegou a determinar o depósito judicial do valor. Mas a Metropark recorreu e obteve liminar suspendendo a decisão, o que nos leva de volta à estaca zero”, disse.
Apesar do travamento, a prefeitura já tem pronto o projeto para um modelo considerado moderno. A previsão é iniciar com 3 mil vagas no centro e ampliar gradualmente para 6,2 mil em até seis anos. Todas serão sensorizadas, permitindo que o motorista visualize em tempo real, via aplicativo, onde há vagas disponíveis.
O sistema também deve contar com 75 parquímetros multivagas e carros de fiscalização equipados com OCR (reconhecimento óptico de caracteres) para leitura automática de placas, que identificarão irregularidades sem necessidade de agentes em cada rua. “Campo Grande terá um modelo de grandes metrópoles, com acompanhamento em tempo real e transparência na arrecadação”, destacou Andrea.

O aplicativo será integrado a outros serviços digitais, com possibilidade de pagamentos variados. “Não é um aplicativo qualquer. Ele vai concentrar funções, permitir consultar créditos, pagar pelo PIX, verificar manchas de calor no centro e muito mais. É um avanço que atende à modernidade, mas sem esquecer de quem não tem acesso à tecnologia, porque manteremos também os parquímetros físicos”, explicou.
O Plano Diretor de Mobilidade Urbana prevê a expansão do estacionamento rotativo para além da região central. A ideia é levar o serviço gradualmente para corredores comerciais e gastronômicos em bairros como Moreninhas, Coophavila e Aero Rancho. “Dois anos atrás, não se falava em estacionamento regulamentado no Aero Rancho. Hoje, o comércio nos bairros cresceu e a demanda existe. Vamos descentralizar conforme os estudos indicarem”, disse.
Na Justiça - No início de agosto, a 1ª Vara de Fazenda Pública havia determinado que a Metropark depositasse os R$ 3,5 milhões em juízo, sob pena de bloqueio. A empresa recorreu e o desembargador Ary Raghiant Neto, da 2ª Câmara Cível do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), concedeu efeito suspensivo ao recurso, suspendendo o prazo de pagamento. O mérito ainda será julgado pela Câmara Cível.
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