Presidente de bairro tenta cortar árvores e população protesta
O corte de árvores no Coophavilla, em Campo Grande, está causando mal estar entre os moradores do bairro. O problema começou após a presidente do bairro, Maria Bernadete de Carvalho, a Beth, resolveu cortar as árvores que foram plantadas há 10 anos na rua do Porto.
As árvores estão em frente à ACPD (Associação Associação Campo-Grandense dos Portadores de Deficiência), que fica ao lado de uma escola estadual e do centro comunitário do Coophavilla.
Conforme a presidente da ACPD, Vanda Peres Begas, de 60 anos, a Beth ordenou para que as árvores fossem cortadas, mas não consultou nenhum morador para tomar a decisão. As árvores são das espécies Sete Copas, Pata de Vaca e Figueirinha (Ficus).
Um homem foi ao local e chegou a cortar a da espécie Pata de Vaca, mas uma senhora impediu que ele continuasse e cortasse as outras. “Eu sou responsável por uma instituição pública, assim como ela. Não podemos tomar decisões assim, sozinhas”, comentou Vanda.
Para a presidente da ACPD, as árvores são patrimônios e que o bairro precisa delas. Na terça-feira (7), ela descobriu que Beth não tinha autorização da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) para fazer o corte.
“Fui conversar com a Beth, e ela foi arrogante. Disse que não estava pedindo, estava comunicando que ia cortar as árvores”, reclama Vanda, ao afirmar que não vai mais conversar com a presidente do bairro e vai procurar o Ministério Público para providências.
Uma das pessoas que usa à ACPD lamenta a retirada das árvores. A aposentada Loreta Corrêa Fernandes, de 58 anos, questiona o porquê de se retirar as árvores que dão sombra para quem fica no local, principalmente os deficientes.
“Essas árvores são a vida e por ela que nos respiramos, precisamos dessas árvores”, afirmou Loreta, que também questionou. “Por que motivo tirar as árvores? É tão bom quando a gente vem buscar as crianças aqui, a gente chega cansada, descansa na sombra. As árvores não atrapalham em nada”.
Loreta é mãe de Roque Hudson Corrêa, de 32 anos, portador de deficiência física, e que há três anos é atendido pela entidade.
Durante a festa do Dia das Mães, cerca de 30 famílias participaram da confraternização e apoiaram ACPD para que busque na Justiça uma forma de proteger o patrimônio público, as árvores Ficus, Pata de Vaca e Sete Copas.
A ACPD atende 15 alunos por período (matutino e vespertino), somando 150 atendimentos por semana.