Da Bolívia, chefão do tráfico ligado ao PCC ameaça guerra na fronteira
Sebastián Marset é um dos traficantes mais procurados do mundo e mandou recado direto de Santa Cruz
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O traficante uruguaio Sebastián Marset, um dos mais procurados do mundo, apareceu em vídeo na Bolívia ao lado de lideranças do PCC fazendo ameaças a rivais e forças policiais. O registro, feito em Santa Cruz de La Sierra, mostra Marset portando fuzil e cercado por aliados armados. Conhecido como "El Jugador", o criminoso de 34 anos é procurado pela Interpol e DEA. Ele comanda uma rede de tráfico de drogas na rota Bolívia-Brasil-Paraguai-Europa, sendo responsável pelo envio de 16 toneladas de cocaína e lavagem de dinheiro através de empresas de fachada.
O uruguaio Sebastián Henrique Marset Cabrera, o "El Jugador", um dos traficantes mais procurados do mundo, gravou um vídeo na Bolívia reunido com lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital), em que faz ameaças diretas a rivais e forças policiais e fala em “travar guerra” na fronteira com o Brasil.
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O vídeo, obtido pelo site Metrópoles, teria sido gravado no fim de semana, em Santa Cruz de la Sierra, cidade onde Marset mantém sua base de operações. Ele aparece portando um fuzil e cercado de aliados armados, diante de bandeiras e símbolos que remetem ao PCC e à atuação do grupo também no Paraguai.
No registro, Marset debocha das tentativas de localizá-lo:
“Vocês ficam dizendo onde a gente está. Hoje posso estar aqui, amanhã no Paraguai, outro dia na Bolívia, outro na Colômbia. Onde for, estamos preparados para fazer guerra com quem for, com o Colla, com a polícia. Não ligo para ninguém.”
O Colla citado é Erlan “El Colla” García López, ex-aliado e hoje um dos principais rivais do uruguaio. Segundo o Metrópoles, investigações apontam que Marset teria sequestrado Colla recentemente, desencadeando uma disputa violenta entre facções na Bolívia. No mesmo vídeo, o traficante ainda envia um alerta: “Melhor sermos amigos que inimigos. Quem escolhe a guerra com a gente não se dá bem.”
Entre os presentes na gravação estão Patric Velinton Salomão (Forjado), Pedro Luiz da Silva Soares (Chacal) e Sérgio Luiz de Freitas Filho (Mijão), apontados como integrantes da liderança das ruas do PCC. Mijão foi condenado por tráfico interestadual de drogas em um caso ligado a Mato Grosso do Sul, após a apreensão de 58 quilos de cocaína pela PMR (Polícia Militar Rodoviária) em Amandina, distrito de Ivinhema, no dia 4 de novembro de 2013.
Em abril de 2023, ele foi condenado pelo juiz Rodrigo Barbosa Sanches, da 1ª Vara de Ivinhema, a 8 anos e 2 meses de prisão, mas pôde recorrer em liberdade. A defesa tentou anular a sentença no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), porém a desembargadora Elizabete Anache manteve a pena em 11 de abril de 2024.
Do crime ao futebol – Conhecido como “El Jugador”, o uruguaio de 34 anos é apontado por agências internacionais como um dos maiores chefes do narcotráfico na América do Sul. Ele está na lista vermelha da Interpol e é procurado pela DEA (Drug Enforcement Administration).
A aliança com o PCC foi consolidada após anos de convivência com integrantes da facção na prisão de Libertad, no Uruguai. Após a libertação de seus integrantes, o cartel uruguaio transformou-se em braço logístico do PCC na rota Bolívia–Brasil–Paraguai–Europa, responsável pelo transporte e distribuição de cocaína.
Marset é acusado de enviar 16 toneladas de cocaína pura da Bolívia para a Europa, comandar uma rede milionária de lavagem de dinheiro com empresas de fachada, corromper instituições em três países e financiar ou ordenar homicídios relacionados a disputas do tráfico.
A estrutura do cartel já foi parcialmente revelada em operações internacionais que apreenderam 13 aviões, 80 caminhões, sete embarcações, mais de 5 mil cabeças de gado, 10 toneladas de cocaína puríssima e cerca de US$ 1 milhão em joias.
Marset comprou um time de futebol na Bolívia, onde atuou como atleta profissional usando identidade brasileira falsificada.
O poder do uruguaio também se sustenta por meio da eliminação violenta de rivais. Em agosto, três europeus ligados à máfia dos Balcãs foram sequestrados, torturados e executados em Santa Cruz, crime atribuído ao seu grupo. Antes, no Paraguai, um tenente-coronel do Exército foi assassinado a tiros por pistoleiros após denunciar esquemas de corrupção em presídios controlados pelo PCC.
A esposa do traficante, Gianina García Troche, foi extraditada da Espanha e atualmente cumpre pena por tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e associação ao tráfico, ampliando o cerco judicial em torno do grupo comandado por Marset.
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