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Capital

Preso, dono diz que mantinha “Faísca” acorrentado para espantar invasores

Como crime de maus-tratos não tem mais fiança na esfera policial, o homem passará por audiência de custódia na Justiça

Viviane Oliveira | 22/10/2020 09:15
"Faísca" era mantido preso ininterruptamente 24 horas por dia no meio do nada em mata (Foto: divulgação/Decat)
"Faísca" era mantido preso ininterruptamente 24 horas por dia no meio do nada em mata (Foto: divulgação/Decat)

Preso em flagrante pelo crime de maus-tratos, um homem de 62 anos disse que mantinha o cachorro "Faísca" acorrentado 24 horas ininterruptamente no meio de mata para espantar invasores. O flagrante aconteceu às margens da chácara Água Bonita, por volta das 9h de ontem (21), na propriedade localizada no fim da Rua Mãe Menininha do Gantois, na região do Bairro Tarsila do Amaral, em Campo Grande.

Como o crime de maus-tratos não tem mais fiança na esfera policial, o proprietário da chácara passará por audiência de custódia na Justiça nesta quinta-feira (22), para definir se ficará preso esperando o andamento do inquérito ou se poderá responder em liberdade. Os policiais da Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) foram até o local após denúncia anônima.

Em depoimento, o idoso contou que o cachorro era mantido no local para impedir que invasores tivessem acesso aos tanques de peixes. Segundo relatos dele, as tentativas de furtos ocorrem frequentemente no período noturno. O cachorro o alertava latindo toda vez que sentia a presença de estranhos na redondeza. Disse ainda que o cão recebia ração três vezes ao dia e água. Porém, o cenário encontrado pelos policiais foi bem diferente.

Não havia comida por perto e a água apresentava resíduos, situação que tornava o consumo impróprio. Indagado se tinha conhecimento de que manter o animal nas condições em que se encontrava, sem abrigo adequado e preso por corrente diária e ininterruptamente é crime, o autor disse que não. Faísca foi resgatado, passou por exames veterinários e está em um lar temporário.

Durante o flagrante, os policiais observaram ainda que a chácara está numa área de preservação permanente. Que foi realizado um desvio de nascente para abastecimento dos três tanques de criação de peixe, bem como a construção no curso da nascente, situações aparentemente realizadas sem a licença e outorga dos órgão ambientais.

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