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Capital

Preso há quase 100 dias, advogado alvo por elo com PCC tem liberdade negada

Ele foi preso em 25 de março, quando o Gaeco fez ação contra a “Sintonia dos Gravatas”

Aline dos Santos | 01/07/2022 07:56
Bruno Ghizzi (de terno preto) foi preso em março, alvo de operação do Gaeco. (Foto: Henrique Kawaminami)
Bruno Ghizzi (de terno preto) foi preso em março, alvo de operação do Gaeco. (Foto: Henrique Kawaminami)

Preso há 97 dias, o advogado Bruno Ghizzi teve novo pedido de liberdade negado ontem (dia 30) pelo TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Em 25 de março, ele foi alvo de operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) contra a “Sintonia dos Gravatas” (termo do crime para advogados) e a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

No pedido de liminar, a defesa destaca o longo período de prisão; que o crime, em tese, imputado ao advogado não foi cometido mediante violência e grave ameaça; que não há contemporaneidade dos elementos dos autos para manutenção da prisão e três acusados do processo que estavam presos preventivamente foram colocados em liberdade.

A menção é sobre as advogadas Paula Monezzi (solta por decisão de 1º grau) e Inaíza Herradon Ferreira (habeas corpus do Tribunal de Justiça), além do policial penal Jonathas Wilson Moraes Cândido, que teve a prisão considerada ilegal pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Em decisão anexada ao processo às 20h47 de quinta-feira, o desembargador Ruy Celso Barbosa Florence, relator em substituição legal, pegou o pedido para que Bruno Ghizzi fique em liberdade até o julgamento definitivo do habeas corpus.

“A prisão preventiva foi decretada de forma devida, uma vez que presentes indícios de autoria e materialidade delitiva, além de se fazer necessária para garantia da ordem pública, aplicação da lei penal e assegurar a conveniência da instrução criminal, uma vez que, conforme bem justificou a autoridade coatora, a conduta do paciente representa risco concreto à atuação do Poder Judiciário, do Ministério Público, da Agência Penitenciária Estadual e Secretaria de Segurança Pública, já que o paciente atua de forma a permitir o prosseguimento das atividades desenvolvidas pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital, além de colocar em risco a vida e a segurança de autoridades públicas deste Estado”, destaca o desembargador.

Segundo o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Bruno Ghizzi foi preso na Operação Courrier por ser um dos principais protagonistas do núcleo “Sintonia dos Gravatas”.

Nesta célula do PCC, “advogados valiam-se, criminosamente, de suas prerrogativas constitucionais para transmitirem recados de faccionados presos outros membros da facção”, inclusive, com planejamento de atentados contra promotor do Gaeco e juiz de Campo Grande. O advogado é suspeito de integrar organização criminosa.

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