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Capital

Preso por assassinar funileiro participou de protesto pedindo investigação

Jorge de Oliveira, de 32 anos, trabalhava na oficina mecânica de Adimilson Estácio, que foi morto e teve o corpo enterrado

Marta Ferreira | 17/04/2020 14:10



Jorge de Oliveira, de 32 anos, que está preso pelo assassinato do funileiro Adimilson Estácio, de 44 anos, postou em suas redes sociais pedido de ajuda para localizar a vítima, em três oportunidades. Mais que isso, deu entrevista para a televisão falando do sumiço do homem para o qual trabalhava, no dia 13 de abril, quando a família de Adimilson fez protesto na frente do Cepol (Centro Integrado de Polícia Especializada), no Bairro Tiradentes, em Campo Grande.  Vídeo obtido pelo Campo Grande News mostra o momento da gravação da entrevista.

Naquele dia, os parentes cobravam respostas sobre a investigação do desaparecimento, sob responsabilidade da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), que fica na Cepol. “Jorginho”, como é conhecido, ficou de frente para a câmera do SBT em MS, e admitiu ter sido o último a falar com Adimilson, segundo ele no dia 31 de março na hora do almoço.

Jorge Oliveira, de 32 anos, durante entrevista à tv sobre o desaparecimento do funileiro. (Foto: Reprodução de vídeo)
Jorge Oliveira, de 32 anos, durante entrevista à tv sobre o desaparecimento do funileiro. (Foto: Reprodução de vídeo)

Mentiu, segundo as apurações indicam.

Disse à equipe de televisão que o dono da oficina mecânica na qual trabalhava, depois de almoçar na casa dele havia recebido ligação e dito precisar sair para resolver um “problema pessoal”.

Depois, afirmou ter tido contato com o funileiro por volta das 19h30, e obtido a informação de que estava em Rochedo, a 74 quilômetros de Campo Grande. Segundo a versão, Adimilson foi até lá “ajudar uma pessoa”.

“Tinha uns caras atrás dela para fazer alguma coisa, matar. E ele fugiu com ela”, declarou.

A essa hora, Jorge sabia, segundo o trabalho de investigação, que Adimilson estava mesmo em Rochedo, mas morto e o corpo enterrado. A investigação ponta que o homem preso fez isso junto com Alex Oliveira, de 24 anos,  também na cadeia pelo homicídio qualificado, desde ontem.

Os dois trabalhavam com a vítima na oficina, Jorge como funcionário fixo e Alex fazendo diárias quando era necessário.

O motivo – Não apenas o fato de Jorge ter dado entrevista procurando a vítima chama atenção no caso. Os policiais descobriram, segundo apurado pela reportagem, que a dupla decidiu pelo assassinato depois de Adimilson dar conta do sumiço do cartão bancário, descobrir a realização de compras nele, estimadas em R$ 1,6 mil, e falar em denunciar à polícia.

Havia compras feitas na maquinha de pagamento em nome de Alex, o que facilmente levaria até Jorge e Alex como autores do furto. Diante disso, revelam as apurações, os dois resolveram matar Adimilson.

Alex de Oliveira também está preso pelo homicídio qualificado.
Alex de Oliveira também está preso pelo homicídio qualificado.

Dinâmica do crime - Atingido com um golpe de barra de ferro, dado por Jorge, o funileiro foi, ainda, asfixiado por Alex. O corpo, então, foi levado para Rochedo, enterrado à beira de um córrego. No mesmo lugar, a motocicleta de Admilson foi jogada na água.

De posse dessas informações, foi pedida pela polícia a prisão temporária, por 30 dias, decretada pela justiça. Alex foi preso primeiro, em Campo Grande,  na manhã de ontem, e Jorge foi localizado em Aquidauana, para onde fugiu.

Os dois levaram a equipe da DEH até o local onde enterraram o corpo. Foi preciso ajuda dos bombeiros para fazer isso. A moto segue submersa.

Como a prisão de Jorge foi no período da noite, ele ainda seria interrogado nesta sexta-feira (17). Alex foi ouvido ontem. Os dois vão continuar, por enquanto, presos na DEH.

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