Preso por vender esteroides, militar tem 9 passagens por violência doméstica
As denúncias de ameaças e injúria foram feitas entre 2016 e 2019, por perturbação da tranquilidade, neste ano

Preso em flagrante no fim da tarde de terça-feira (5) por tráfico de anabolizantes e medicamentos, o subtenente de Infantaria do Exército, Alexandre Santos Amaral, de 46 anos, é conhecido da polícia por protagonizar episódios de violência doméstica. Contra dele, pesam pelo menos nove acusações judiciais, feitas por ao menos três vítimas diferentes.
As denúncias de ameaças e injúria foram formalizadas entre 2016 e 2019, e a última delas, por perturbação da tranquilidade, no dia 14 de janeiro deste ano, todas em Campo Grande. Em três casos, há pedidos de medida protetiva.
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Num dos processos, ele foi absolvido e em outro, teve extinta a punibilidade, mas como o processo tramita em segredo de Justiça não é possível encontrar o motivo. Aliás, todas as ações são sigilosas.
Amaral também chegou a ser acusado pelo crime previsto no artigo 218 do Código Penal – “praticar, na presença de alguém menor de 14 anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem”. A pena é de 2 a 4 anos de reclusão. A ação criminal, porém, foi arquivada em dezembro do ano passado.
Flagrante – Depois de meses de investigação, equipe da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico) prendeu o militar em flagrante no momento que entregava para cliente 5 caixas de testosterona - hormônio sexual masculino usado para o ganho de músculos.
Segundo a polícia, Amaral fazia o "serviço completo". Também "prescrevia" de sibutramina, medicamento para emagrecer, avaliava os clientes e até aplicava os esteroides anabolizantes. No apartamento dele, localizado na Vila Bandeirantes, policiais encontraram injeções pronta, máscaras cirúrgicas e luvas, “típico de uma farmácia artesanal”, anotaram no flagrante.
O delegado titular da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), Hoffman D’Ávila Cândido e Souza, apontou que o subtenente fazia um tipo de avaliação fisiológica e indicava o tipo de "ciclo indicado" para cada cliente. "Ele praticava ações como se fosse um farmacêutico".
O esquema de tráfico de substâncias como hormônio do crescimento e testosterona, de acordo as investigações, começou há cerca de cinco anos.
Consta ainda no registro do flagrante que informalmente o subtenente alegou que passava por problemas financeiros e por isso, começou a comprar os produtos no Paraguai para revender.
Para fazer a venda, ainda conforme a Denar, o militar organizava os clientes por grupos no Whatsapp, "atendia" várias pessoas por dia e tinha até máquina para passar cartões. De acordo com o delegado, ele aceitava crédito e débito. Nas últimas transações do aparelho foram registrados pagamentos de R$ 65,00, R$ 135,00, R$ 750,00 e até R$ 1.051,00.
Alexandre Santos Amaral passou por audiência de custódia na manhã desta quinta-feira (5) e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva (por tempo indeterminado). A Justiça não informou onde ele ficará preso.
O Campo Grande News tenta sem sucesso desde ontem contato com o CMO (Comando Militar do Oeste), via assessoria de imprensa.