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Capital

Preso que se passa por médico e juiz para dar golpe é condenado pela 3ª vez

Luana Rodrigues | 12/08/2015 12:18
Durante apresentação, ele debochou das pessoas que caíram em sua lábia. (Foto: Rodrigo Pazinato/Arquivo)
Durante apresentação, ele debochou das pessoas que caíram em sua lábia. (Foto: Rodrigo Pazinato/Arquivo)

Foi condenado a 1 ano e 6 meses de prisão, pelo juiz Olivar Augusto Roberti Coneglian, da 2ª Vara Criminal de Campo Grande, o estelionatário Valfrido Gonzales Filho, 35, conhecido por aplicar os mais diversos golpes em Campo Grande, São Paulo e Paraná, passando-se por médico, advogado, delegado, desembargador, supervisor de hospitais, padre, pastor e até vereador. Está é a terceira vez que o criminoso é condenado pela justiça.

Preso desde agosto de 2012, o estelionatário transformou a cela do presídio em um “escritório” e, apenas com um telefone celular em mãos, ele passou a fazer vítimas também em São Paulo e no Paraná. A condenação publicada no Diário da Justiça desta quarta-feira (12) é referente a um golpe aplicado na família de uma paciente de um hospital em São Paulo, Valfrido teria tirado R$ 2,3 mil das vítimas, mas chegou a pedir R$ 8 mil.

Na decisão, o juiz ressaltou que "não pairam dúvidas de que a criminalidade tornou-se seu [de Valfrido] meio de subsistência. Nesse sentido, o denunciado Valfrido Gonzales Filho confirmou, por ocasião de seu interrogatório, que se vale de 'golpes' para quitar seus débitos, contas e despesas".

A namorada de Valfrido, Aliria Vera da Paixão, também era ré neste caso, mas foi absolvida pela justiça.

Apesar de a condenação prever regime semiaberto, o juiz manteve a prisão preventiva do estelionatário. "Mantenho a prisão preventiva do condenado Valfrido, porquanto sua liberdade representa risco concreto à aplicação da lei penal e à ordem pública, por ser contumaz na prática de crimes contra o patrimônio, evidenciando que, acaso solto, continuará a delinquir".

Outros casos- Em Campo Grande, Valfrido aplicou o golpe em uma vítima do Hospital do Câncer. “Ele se passou por um oncologista que trabalha lá e inclusive a vítima compareceu na delegacia. O curioso nessa historia é que o médico retornou a ligação para ele, que novamente se identificou como Dr. Paulo e na ocasião ele pediu desculpas, mas ressaltando que iria continuar com o seu trabalho”, conta o delegado.

Já no Paraná, em janeiro deste ano, cinco pacientes em Curitiba compareceram a delegacia. Os casos envolvem os hospitais Marcelino Champagnat, Constantini, Erasto Gaertner, Pequeno Princípe e Nossa Senhora das Graças.

Cara de pau- Com uma lábia impressionante, em entrevista ao Campo Grande News em 2012, Valfrido se propôs a simular a maneira como aplicava os golpes. Se gabando das vítimas que fez, disse que pegava dinheiro somente de pessoas com estabilidade financeira.

“Eu respeito muito, são pessoas muito bondosas, amáveis, que ajudam quem realmente necessitam e eu preciso delas”. Ele disse ainda que conseguiu R$ 30 mil do prefeito da cidade Limeira (SP) ao se passar por desembargador.

O estelionatário disse que gosta de se passar por padre e pastor. Maneira mais fácil de conseguir enganar as pessoas. Rindo, disse que já “ganhei muito dinheiro se passando por Dom Vitório”.

“Meus crimes são todos premeditados, se não eu não ganho”, acrescentou dizendo que aplicou o dinheiro que já conseguiu com os golpes e que gastou parte com viagens e roupas.

Irônico, Valfrido disse que quando sair da cadeia quer fazer faculdade de Direito e pretende “contar com ajuda das pessoas”.

 

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