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Capital

Presos transformam presídio em lixão para evitar corte de sinal de celular

Graziela Rezende | 18/02/2014 09:25
Lixo acumulado na 1ª semana de protesto. Foto: Divulgação
Lixo acumulado na 1ª semana de protesto. Foto: Divulgação

A segunda semana de greve dos presos da Máxima, em Campo Grande e também em Dourados, a 233 quilômetros da Capital, já transforma os estabelecimentos penais em um “lixão a céu aberto”, de acordo com agentes penitenciários. A reivindicação seria por melhorias na alimentação, assessoria jurídica e saúde e, por conta disso, eles saem das celas apenas para o banho de sol e atividades de lazer, sem fazer qualquer limpeza no local.

“Os presos dos pavilhões I e II estão acumulando o lixo, deixando apodrecer a comida que recebem dos familiares e descendo dos pavilhões apenas em casos de emergência. Eles falam sobre as reivindicações, mas sabemos que estão protestando mesmo é por conta da instalação de bloqueadores de celulares no local”, afirma o presidente do Sinsap/MS (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária), Francisco Sanábria.

Na semana passada, foram duas horas de testes no presídio. Na ocasião, os detentos já começaram a se organizar para evitar o corte do sinal, segundo Sanábria. “A alimentação deles é de uma empresa terceirizada, com nutricionista. O quadro de médicos lá é suficiente e todos têm acesso aos seus advogados. Então sabemos que os pedidos não tem sentido”, comenta Sanábria.

Superlotação – Algo que não foi comentado por eles, de acordo com o presidente, seria um motivo para protesto. “Eles, na maioria dos casos, estão em 20 pessoas na cela que deveria ter apenas seis presos. Isso é algo preocupante, até para os agentes penitenciários, que vivem em uma situação delicada”, diz o presidente.

Caso ocorra algo mais grave, o sindicato teme falta de efetivo para conter os presos. “Será muito difícil abafar o movimento se eles fizerem uma rebelião, por exemplo. Durante o expediente, são mais agentes. Porém, após às 14h, ficam apenas 10 servidores para cuidar do local. Existem casos até de um agente para monitorar 700 presos, que inclusive pode virar refém deles”, diz o presidente.

Medidas sigilosas – De acordo com o titular da Sejusp/MS (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), Wantuir Jacini, medidas estão sendo tomadas para conter a ação dos presos. Algumas inclusive que serão implantadas ainda hoje.

“Centralizamos as ações com o presidente da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), o coronel Deusdete Oliveira. Nesta terça-feira teremos uma reunião, no período da tarde, para discutir efetivamente o que será feito neste sentido”, finaliza Jacini.

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