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Capital

Promotor reforça “periculosidade” da organização comandada pela família Name

Membro do MP reforçou o alto poder financeiro, bélico e a influencia com juízes, desembargadores e políticos

Jhefferson Gamarra | 19/07/2023 18:26
 Promotor Gerson Eduardo de Araujo durante acusação no júri pela morte de Matheus Coutinho Xavier (Foto: Herique Kawaminami)
 Promotor Gerson Eduardo de Araujo durante acusação no júri pela morte de Matheus Coutinho Xavier (Foto: Herique Kawaminami)

“Essa é uma organização voltada a crimes violentíssimos”, ressaltou o promotor Gerson Eduardo de Araujo em sua réplica do júri popular pela morte de Matheus Coutinho Xavier ocorrida em abril de 2019. Em sua explanação, o titular 27ª Promotoria de Justiça de Campo Grande apontou o modus operandi e o alto poder financeiro e político que a família Name possuía no Estado.

Apesar de o julgamento ser pelo fuzilamento do estudante, o promotor ressaltou ao júri que a organização comandada por Jamil Name Filho, o Jamilzinho, e que tinha o Marcelo Rios, ambos e Vladenilson Daniel Olmedo como gerentes é responsável por diversos outros crimes ocorridos em Mato Grosso do Sul.

“Conforme está comprovado nesses e em outros processos, a quadrilha é voltada à prática e exploração do jogo do bicho, que está associada à corrupção policial, lavagem de dinheiro extorsões e outros delitos. Essa não é uma organização qualquer, mas sim de altíssimo poder financeiro e bélico, além disso, tem muita influência política no Estado. Vocês mesmo escutaram o réu [Jamilzinho] se gabando que na casa deles frequentavam juízes, desembargadores, governadores, senadores, deputados, entre outros políticos”, argumentou o representante do Ministério Publico.

Devido à alta influência em todos os setores dos poderes, o promotor ressaltou a dificuldade em investigar e produzir provas contra a organização. “A Omertà objetivou a desarticular a maior milícia armada de MS chefiada pelo Jamil Name e Jamil Name Filho, ‘A matilha é minha’, assim que ele denominava a organização, dizendo que seria a maior matança de picolezeiro a governador”.

Segundo a promotoria, após frase sobre a matança no Estado, que Jamilzinho enviou para a sua ex-esposa, crimes nunca antes vistos começaram a “aparecer” em Campo Grande. “A metodologia dos assassinatos com divisão de tarefas e uso de armamentos pesados não existia aqui e iniciaram logo após ele falar sobre a matança de picolozeiro a governador”, frisou Gerson Araújo.

Até mesmo o depoimento de Eliane Benites, esposa de Marcelo Rios, voltou a ser debatido em plenário. Em maio de 2019, um mês depois do crime, quando o marido foi preso em flagrante e revelou arsenal em casa da família Name no bairro Monte Líbano, ela procurou apoio no Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) e também foi ouvida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

Na ocasião, ela contou que sabia da casa de armas, que o marido trabalhava como segurança dos Name e que temia pela vida dela e dos filhos.  Meses depois, em agosto, ela depõe novamente, pedindo ajuda para ficar segura e após apreensões da Operação Omertà e depois, após receber valores da família Name, ela mudou a versão e comentou ter ficado e sido torturada no Garras.

Para o promotor, a esposa de Rios tentou manchar a imagem das instituições de segurança a mando da organização criminosa. Ainda em sua explanação, o membro do MPMS reforçou que Eliane e Marcelo Rios foram investigados por armazenar pornografia infantil.

“Ela disse que se preocupa muito com os filhos, por isso fez o acordo. Mas consta que as crianças foram atendidas pelo setor psicossocial e o filho revelou que Eliane fazia fotos dele nu ou com roupas íntimas e tinha costume de pegar em seu órgão genital. Um menino de 7 anos, então essa é mãe que se preocupa com os filho”, ressaltou o promotor.

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