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Capital

Protesto alerta para fim de 96,5% das vagas em escolas especiais em MS

Aliny Mary Dias | 07/08/2013 10:27
Representantes de todo o Estado lotaram Assembleia (Foto: Cleber Gellio)
Representantes de todo o Estado lotaram Assembleia (Foto: Cleber Gellio)

Diretores, professores, pais e alunos de escolas especiais lotaram a Assembleia Legislativa na manhã desta quarta-feira (7) para protestar contra a aprovação do texto proposto pelo senador José Pimentel (PT/CE) que proíbe o repasse de verbas públicas para entidades que atendem crianças, jovens e adultos com necessidades especiais.

Dos 4,538 mil alunos com necessidades especiais de Mato Grosso do Sul, 96,5% estudam em entidades especializadas. Apenas 71 alunos estão em escolas regulares do Estado e outras 86 em escolas municipais.

Entidades como a Juliano Varela, Sociedade Pestalozzi e a Apae (Associação de Pais e Amigos Excepcionais) de várias cidades do Estado atenderam ao chamado nacional dos institutos com objetivo chamar atenção da sociedade para o texto que será votado no Congresso Nacional no próximo dia 14.

Com faixas, camisetas e cartazes, os manifestantes aguardaram o início da sessão de hoje para pressionar os deputados. Duas metas presentes no texto do senador cearense pretendem alterar o (PNE) Plano Nacional de Educação. A principal revolta dos responsáveis pelas entidades é com relação às metas 4 e 20 presentes texto.

96,5% dos alunos especiais do Estado estudam em entidades especiais (Foto: Cleber Gellio)
96,5% dos alunos especiais do Estado estudam em entidades especiais (Foto: Cleber Gellio)

No primeiro trecho, é orientado aos pais que procurem o ensino regular para crianças especiais, mas a indicação não é exclusiva, sendo assim, as escolas especiais podem continuar a oferecer o ensino aos alunos.

A segunda meta do texto é a que mais preocupa os pais e gestores por restringir apenas ao ensino público as verbas destinadas ao ensino especial. “Nós queremos mostrar para todos que somos contra as metas 4 e 20 do texto do senador. Esperamos que isso não seja aprovado e que a gente possa continuar nosso trabalho”, explica a diretora da Sociedade Pestalozzi da Capital, Maria Aparecida, de 56 anos.

Fundadora do instituto Juliano Varela, Maria Lucia explica que as entidades possuem papel importante na formação das crianças com necessidade e que sem elas o trabalho de duas décadas poderá ser perdido.

“Há 20 anos nós arregaçamos as mangas para garantir a inclusão e felicidade nos nossos filhos, agora querem tirar tudo o que conquistamos. As escolas regulares têm papel importante na vida nos nossos filhos, mas paralelo a isso tem que ter o trabalho especializado”, explica.

Maria Lucia fundou Juliano Varela há 20 anos e protesta contra o texto (Foto: Cleber Gellio)
Maria Lucia fundou Juliano Varela há 20 anos e protesta contra o texto (Foto: Cleber Gellio)

A responsável pela entidade confirma o discurso de outras diretoras. “Se esse texto for aprovado, todas as entidades fecham as portas no dia seguinte porque 80% da nossa verba vêm do poder público”, completa.

Maria José Rodrigues, de 53 anos, é diretora da Apae de Rio Negro, a 144 quilômetros de Campo Grande, e viajou cerca de 3 horas em companhia de funcionários e mães de alunos para protestar contra o projeto.

“Todo nosso recurso é público e ainda fazemos festas para juntar mais dinheiro e fechar as contas. Se for tudo cortado, nós teremos que fechar as portas”, afirma a responsável pela entidade que atende 35 alunos na cidade.

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