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Capital

Quadrilha é presa após manter caminhoneiro como refém por 9 horas

Vítima aproveitaria frete de salgadinhos para Cuiabá para fazer carreto, mas acabou alvo de bandidos especializados

Rafael Ribeiro e Marcos Moura | 12/08/2017 09:15
Vida no crime: preso pela PM ostante número que remete ao artigo de roubo no Código Penal (Fotos: Marcos Ermínio)
Vida no crime: preso pela PM ostante número que remete ao artigo de roubo no Código Penal (Fotos: Marcos Ermínio)
Caminhoneiro aproveitaria viagem à sua cidade para faturar dinheiro extra com frete: virou vítima
Caminhoneiro aproveitaria viagem à sua cidade para faturar dinheiro extra com frete: virou vítima

Três integrantes de uma quadrilha especializada em roubo de cargas, além de uma adolescente de 15 anos, foram detidos em flagrante pela Polícia Militar entre a última sexta-feira (11) e esta madrugada após um caminhoneiro de 36 anos, de Cuiabá (MT) , ser mantido refém pelo bando por cerca de nove horas, no bairro Ramez Tebet (zona sul de Campo Grande).

Os detidos não tiveram o nome divulgado por enquanto pela Polícia Civil, que ainda finalizava o registro da ocorrência durante esta manhã na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Vila Piratininga.

Pelo menos outros três integrantes do bando conseguiram fugiram e eram procurados pela PM até a conclusão desta reportagem.

Segundo a própria vítima, o crime começou por volta das 14h de sexta-feira. Após passar o dia anterior negociando um frete para a capital de Mato Grosso, aproveitando que faria o transporte de uma carga de salgadinhos, ele foi rendido por bandidos armados ao chegar no endereço marcado e levado até a casa usada como base pelos acusados.


Até as 19h, a vítima foi mantida com mãos e pés amarrados. Em seu depoimento, o caminhoneiro relata que pelo menos seis pessoas participaram do crime e que ele escutava o bando negociando pelo telefone as vendas da carga de salgadinho, oferecida por R$ 18 mil ao receptador, e o próprio caminhão, que pediam a quantia de R$ 10 mil pelo resgate à vítima e à seguradora.

“Eles falavam o tempo inteiro no telefone, sempre tentando vender o que conseguiram roubar”, disse o caminhoneiro, ainda bastante abalado com o ocorrido.

Revólver, celulares e documentos: método de atuação da quadrilha é considerado profissional pela polícia
Revólver, celulares e documentos: método de atuação da quadrilha é considerado profissional pela polícia

Segundo ele, apesar do clima hostil e das eventuais ameaças, o bando o tratou bem, oferecendo água constantemente e chegando até a pedir uma pizza para alimentá-lo. “Não aceitei”, disse a vítima.

Isso não evitou provocações e tentativas de intimidação. Um dos suspeitos preso, por exemplo, baforava fumaça de maconha na cara da vítima todas as vezes que consumiu a droga durante o cárcere.


Por volta das 23h, os bandidos resolveram liberar o caminhoneiro. O levaram em um Chevette velho até um campo de futebol às margens da BR-262, na saída para Sidrolândia, com as pernas presas por durex e o soltaram sem documentos e celular.


Mesmo assustado em situação precária, a vítima decidiu voltar por conta própria ao bairro, onde pediu socorro em uma casa, cuja moradora acionou a PM.


As prisões ocorreram durante a madrugada. Equipes da corporação começaram a fazer rondas pela região com o objetivo de localizar o cativeiro onde o motorista foi mantido em cárcere e não demoraram a cumprir o objetivo.


A princípio houve resistência de todos os suspeitos que se encontravam no imóvel e correram para tentar fugir ao verem as viaturas. Mas somente uma parte do bando conseguiu cumprir o objetivo.


Na casa, a polícia localizou um revólver calibre ponto 38 com munição adequada e celulares de integrantes da quadrilha, que serão vistoriados para que se localizasse mais pistas sobre o paradeiro dos foragidos.


O caminhão, a carga de salgadinhos e outros bens do caminhoneiro que foram levados ainda não tinham sido localizados até a conclusão desta edição.

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